segunda-feira, dezembro 19, 2005

A ARMADURA DE DEUS




A carta aos Efésios inicia pregando a condição dos crentes em Cristo e, após o capítulo 4, traz uma série de recomendações práticas quanto à vida cristã, até o versículo 9 do capítulo 6. Do versículo 10 ao 18 as escrituras nos ensinam sobre nossa proteção espiritual, ordenando-nos a nos revestir de uma “armadura de Deus”:
  • Ef 6:11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo;


Do versículo 14 ao 17 Paulo nos ensina quais os itens da armadura de Deus e é óbvia a alusão à armadura romana da época, especificamente a armadura dos legionários que guarneciam a Judéia, região dominada por Roma. Pesquisando sobre a armadura do legionário pudemos descobrir que ela possuía 07 itens, conforme a figura do legionário acima.


A armadura, como se vê acima, tinha um (1) elmo, ou capacete, uma (2) couraça, um (3) escudo, um (4) cinto, um (5) sandália, uma (6) espada de ferro (famoso gladius) e um (7) dardo ou lança.


O interessante é que Paulo, quando fala da armadura de Deus, não menciona o dardo como item da armadura, aliás, quando menciona o dardo, é para dizer que o nosso inimigo é que dele se utiliza, enviando-o em chamas fumegantes contra nós:


  • Ef 6:16 embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.


A armadura de Deus, segundo as escrituras, tem como única arma ofensiva a espada, que é a Palavra de Deus. Isto nos ensina que a única ofensiva que estamos autorizados a empreender em nossa militância cristã e o uso da Palavra de Deus, e nunca o dardo, que é símbolo de acusação. Todas as demais armar são defensivas.


Aliás, o próprio propósito de usarmos a armadura é defensivo, como se vê nos versículos 11 e 13:


  • Ef 6:11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo;

  • Ef 6:13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.


Devemos usar a armadura porque seremos alvo de ataques de nossos inimigos, que demandam dardos de acusação contra nós e se valem de ciladas, tentando nos atingir desprevenidos. O objetivo da armadura é, tendo passado o dia mau em que seremos atacados, podermos estar inabaláveis, tendo vencido o inimigo.


Outra lição importante é sobre os inimigos contra quem iremos guerrear com esta armadura defensiva. Não se trata de pessoas, organizações ou governos, mas de demônios que agem nas regiões celestes, ou seja, na dimensão espiritual denominada segundo céu, de onde parte o comando do diabo:


  • Ef 6:12 porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.


O uso da espada – que é a Palavra de Deus – para julgar ou constranger pessoas ou para disputar sobre a hegemonia de uma dada interpretação bíblica ou de uma visão de reino, não está autorizada pelo Senhor. Somente os nossos inimigos devem ser alvos de nossa espada, por isso, nunca devemos criticar ninguém.


O primeiro item da armadura mencionado é a couraça, que os legionários chamavam de lorica. Era um conjunto de placas de ferro revestidas internamente com couro, que protegiam o soldado da cintura pra cima, inclusive os ombros e a porção superior do antebraço. Paulo diz que esta couraça, na armadura de Deus, é a justiça. A justiça é o efeito que se faz sentir na vida daquele que foi perdoado por Deus.


Na antiga aliança, após o sacrifício de sangue de animais, Deus recebia a vida do animal – vida esta que estava no sangue, segundo Lv 17 – como substituto da vida do pecador, que deveria morrer, já que o salário do pecado é a morte. Na nova aliança, Cristo é o cordeiro que tira o pecado do mundo e o sangue (e a vida terrena) dele é recebido pelo Pai como substituto para todo aquele que se põe sob o senhorio de Cristo. É que pela Lei Mosaica o servo tinha direitos perante o seu senhor, mas não perante terceiros, já que o senhor em tudo lhe representava. Se um servo defraudava o patrimônio de alguém, o seu senhor é que deveria se responsabilizar pela despesa. Uma vez que usemos de nosso livre arbítrio para nos colocar como servos de Jesus, a nossa dívida é Ele quem paga, o que realmente o fez na cruz do calvário.


A justiça, portanto, é o efeito que se opera quando Deus nos vê perdoados pelo sacrifício de nosso Senhor, que não tinha pecado e se entregou por nós. A justiça, na armadura de Deus, é proteção para nossos órgãos vitais, ou seja, é defesa para a vida em si, mas não é defesa para golpes que não sejam fatais, como nos membros superiores e inferiores. Isto nos ensina que poderemos ter ferimentos em nossas lutas, mas que nossa vida sempre estará a salvo, pois Aquele que fez a ferida, a sarará.


O mesmo se pode dizer do elmo, chamado capacete da salvação em Ef 6:17. Este item da armadura serve a nos defender de golpes fatais na cabeça. O dardo da incredulidade, que vem em direção à mente, é fatal e só a convicção da salvação, usada como elmo, pode nos salvar deste ataque.


Em Ef 6: 14, o cinto, no qual vai apoiada a espada, é a verdade, no qual vai apoiada a Palavra de Deus. Disto sabemos, pois em Jô 17:17 é dito que a Palavra de Jesus é a verdade e, em I Jo 5:6, o Espírito Santo, que nos ensina a Palavra, é chamado Espírito da Verdade.


Em Ef 6:15 o calçado do soldado é tido como a preparação para o evangelho da paz. A palavra traduzida como preparação, que no grego é heitomasia, é traduzida também como prontidão. O sentido é que estejamos tão preparados tanto para viver como para anunciar o evangelho, como preparado deve estar o soldado, com seu calçado nos pés. Não se pode imaginar os soldados durante uma campanha militar totalmente despreparados, tendo de calçar as sandálias de cordas às pressas porque o inimigo investe contra suas posições. É preciso estar preparado, pois não sabemos quando virá o dia mau.


O escudo da armadura é tido como a fé. É com ela que apagamos os dardos fumegantes do inimigo lançados contra nós. Fé é certeza absoluta, portanto, quando o inimigo lança acusações contra nós, intentando que venhamos a desistir de servirmos ao nosso Senhor, devemos nos defender com a certeza absoluta daquilo que consta na Palavra a nosso respeito. Se a Bíblia diz que somos mais que vencedores, então é isto que somos e nada menos. Esta certeza apaga, em nossa mente, o dardo inflamado, não deixando que o fogo venha consumir nossos valores em Cristo.


O mais interessante sobre o escudo do legionário é que ele era tanto mais eficaz, quando usado como defesa coletiva, encostando-se os escudos uns nos outros, como se vê da imagem do cojunto de soldados.



Somente a união de escudos é que podia fechar um grande escudo contra os dardos inflamados dos flecheiros. Da mesma forma, somente na unidade da fé é que conseguimos resistir eficientemente ao nosso inimigo. É por isso que na mesma carta aos Efésios Paulo nos fala de chegarmos a esta unidade na fé, como resultado de um amadurecimento espiritual. Quando chegamos a unidade da fé, fechamos nosso conjunto contra os dardos do inimigo.


Em Ef 6:18 há, ainda, uma importante admoestação aos crentes, ora comparados a soldados. É a admoestação para sempre buscarmos nosso treinamento como soldados, ou seja, sempre orarmos e suplicarmos ao Senhor, vigiando com perseverança:


  • Ef 6:18 com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos


De fato, de nada adianta estarmos com uma boa armadura se não estivermos treinados para a batalha, orando em todo o tempo no Espírito. A oração no Espírito referida em Ef 6:18 denota tanto a oração em linguagem espiritual, como a oração segundo o Espírito, pois o Senhor deposita em nossos corações Sua vontade, através do Espírito Santo, para que oremos a Ele pela realização desta vontade, assim na Terra, como no Céu. Ou seja, que Sua vontade se dê na Terra – que foi entregue aos homens para governar – assim como tal vontade já opera soberanamente no Céu, aonde Deus é absoluto.


A idéia é que nós, os homens, usemos da prerrogativa que Deus nos deu sobre a Terra para devolver a Ele o domínio, pedindo que Sua vontade aqui se realize. Tal vontade é revelada a nós pelo Espírito Santo e a expressão “orando em todo tempo no Espírito”, ainda que possa estar se referindo também à oração por línguas estranhas, certamente se aplica a vontade de Deus em nós.

ATITUDES PARA UMA VIDA ABUNDANTE

1. QUEBRANTAR-SE CONTINUAMENTE
Salmos 34: 18 Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido.
Salmos 51:17 Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.
Salmos 147:3 sara os de coração quebrantado e lhes pensa as feridas.
Provérbios 29:1 O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura.
o pecado gera legalidade e esta impede a benção
a legalidade é removida com confissão, arrependimento e restituição
não pode haver confissão, arrependimento e restituição sem quebrantamento
o quebrantamento as vezes precisa ser produzido de fato para depois tomar a alma e o espírito
nunca estamos quebrantados demais e o quebrantamento de um dia não serve ao dia seguinte

2. ANDAR POR PRINCÍPIOS
Diferença entre regras e princípios
Não se deixar levar por pensamentos, nem sentimentos, nem decretos negativos, nem prognósticos
Conduzir-se pelos princípios da Palavra de Deus
Deus não é sentimentos, é Espírito, logo, Ele não se comove com nosso choro e lamento, mas nunca ignora nossa busca e nossa atitude conforme Sua Palavra
Deus zela pela sua Palavra, logo, onde esta por confessada, Deus estará lá produzindo o sobrenatural para cumpri-la:
i. Jeremias 1:12 Disse-me o SENHOR: Viste bem, porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir.
Buscar transformar-se diariamente, pela renovação da mente

3. MANTER UMA LINGUAGEM ESPIRITUAL
linguagem espiritual x linguagem positiva
Ver além das circunstâncias, pois o real não é que vemos, mas o que Deus diz:
i. João 17:17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.
ii. 2 Coríntios 5:7 visto que andamos por fé e não pelo que vemos.
4. TER VIDA DE ORAÇÃO
encontrar a medida pessoal de oração diária e ser constante
orar a vontade de Deus (trilhos de oração)
"fechar o cerco" sobre o objeto da oração
orar até desfazer os fardos
garantir a eficácia com mãos limpas e coração puro
ser organizado, sistemático, planejado e disciplinado, deixando o improviso por conta da vontade do Espírito Santo
5. MEDITAR DIARIAMENTE NA PALAVRA
Devemos ter a palavra em nossa mente como uma placa de advertência
i. Deuteronômio 11:18 Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontal entre os olhos
ii. Deuteronômio 17: 18 Também, quando se assentar no trono do seu reino, escreverá para si um traslado desta lei num livro, do que está diante dos levitas sacerdotes. 19 E o terá consigo e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer o SENHOR, seu Deus, a fim de guardar todas as palavras desta lei e estes estatutos, para os cumprir.
A Palavra nos lava, nos alimenta, nos instrui e renova nossa mente nos transformando
6. JEJUAR
Jejum não é pra gostar e nem pra entender, é pra fazer...
Ajuda a desfazer os fardos de oração
Confere maior medida de autoridade (sobre demônios) no uso da Palavra
Jejuamos enquanto o Noivo não está conosco
Jejum é abstinência do principal (comida e/ou bebida) e dos acessórios (trabalho em excesso, tv, lazer, etc) para negar a vida na alma
7. AMAR SEM GOSTAR
Reaprender o sentido do amor ágape: uma força propulsora de valorização altruísta
A Bíblia não diz que Deus tem amor, mas que Ele é amor. Deus é amor porque Ele se ofertou, logo, amar é ser oferta. Devemos ser oferta em prol do próximo, senão, nada seremos (I Co 13:2)
Pensar menos em si mesmo e não menos sobre si mesmo
Considerar os outros superiores a si mesmo:
i. Filipenses 2:3 Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.
Encontrar necessidades e servir: parentes, amigos, irmãos, líderes, liderados, conhecidos, estranhos, abastados, miseráveis, etc
Amar os miseráveis: Jesus investiu tempo de discipulado em homens com dons, no entanto, despendeu tempo para atenuar a dor de miseráveis, simplesmente por amor:
i. Lucas 14:12 Disse também ao que o havia convidado: Quando deres um jantar ou uma ceia, não convides os teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem vizinhos ricos; para não suceder que eles, por sua vez, te convidem e sejas recompensado. 13 Antes, ao dares um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; 14 e serás bem-aventurado, pelo fato de não terem eles com que recompensar-te; a tua recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos justos.
Amar os inimigos:
i. Lucas 6: 27 Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; 28 bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam.
Amar os irmãos:
i. Romanos 15:1 Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos.
ii. Efésios 4:2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
iii. Colossenses 3:13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;
8. ADORAR EM TEMPO INTEGRAL
Adorar não é apenas cantar emocionado, é fazer a vontade de Deus em tudo e, especialmente, no sacrifício dos lábios que confessam o caráter de Deus
Adorar é:
i. Amá-lo acima de tudo
ii. Amar o próximo
iii. Ser diligente na Palavra, na oração e no jejum
iv. Dar testemunho de vida abundante, honesta, sincera, sem ter do que ser acusado
9. VIGIAR
Vigiar é evitar distrações, e reconhecer o exato pendor da sua alma e sacrificar tudo aquilo que possa se constituir numa distração (oportunidade para pecar)
Mudar a perspectiva sobre a tentação, pois ela não é uma ocasião para pecar, mas:
i. é apenas uma proposta sem poder de coerção
ii. é uma demonstração da cobiça de nosso homem interior
iii. é uma oportunidade de nos alegrarmos, pois nossa fé esta sendo confirmada
iv. é uma ocasião para desfazer as obras do diabo na sua vida
v. é uma ocasião para derrotar o diabo em seu próprio território
vi. é uma ocasião para se parecer mais com Cristo
vii. é uma ocasião para aperfeiçoar a sua santidade
Mudar a perspectiva sobre o pecado, pois ele não deve ser encarado com fatalismo, como se tudo tivesse acabado, mas:
i. como um ato que não pode mais ser repetido (aprender como não devo agir...)
ii. como aprendizado de que a dependência de Deus é um princípio fundamental
iii. o ponto de recomeço rumo a santificação
iv. uma oportunidade de aprendizado para discipular a vida de outros
v. como um ato que tem como conseqüência a restituição, pois é a quebra de uma aliança, o entristecer do Espírito Santo, o vazar da unção de Deus
10. IMPOR-SE UMA DISCIPLINA
Fazer morrer a natureza terrena que é naturalmente indisciplinada e da qual emanam as obras da carne:
i. Colossenses 3:5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria;
A verdadeira liberdade está em viver pelos princípios e não em fazer “o que dá na telha”
Quem vive pelos princípios vive liberto:
i. dos instintos humanos-decaídos
ii. dos sentimentos desordenados fruto de emoções feridas
iii. da mentalidade meramente racional
Atingir nossa “zona de conforto”
11. RELACIONAR-SE E SER DISCIPULADO
Podemos orar, jejuar e meditar na palavra, mas só poderemos amar se nos relacionarmos
Viver juntos e ter tudo em comum
Acabar com o padrão mundano de egocentrismo, materialismo e isolamento
Investir TEMPO em relacionamentos é SER Igreja, ou seja, é ser Corpo de Cristo. Quem não se relaciona não trabalha para compor e manter o Corpo de Cristo
Ninguém pode amar a Deus que não vê se não ama ao irmão que vê e ninguém pode amar ao irmão se não se relaciona com ele
Visões:
i. Romana e religiosa: igreja local de expectadores de culto, centrados no pregador e aprendendo uma mensagem que nunca põe em prática
ii. Do Israel de Deus: ter tudo em comum
Ser discipulado é condição para fazer discípulos e fazer discípulos é nossa maior missão
Ser discipulado é prestar contas de nossas atitudes a quem tem conosco uma aliança de discipulador
Um discipulador é um irmão maduro que ora por nós, nos ouve confidentemente, nos instrui de forma prática na Palavra, nos suporta, nos reconduz ao caminho quando caímos, transferindo sua benção e sua unção para nós
É alguém que devemos conviver, obedecer, honrar, imitar a fé com lealdade e fidelidade
Não existe discipulador perfeito, portanto, devemos imitá-lo somente em seus acertos, suportando-o nas deficiências com transparência e honestidade
12. NUNCA DESISTIR

sexta-feira, dezembro 16, 2005

RESTAURANDO O DOMÍNIO

Estudos como este contém apenas uma sucessão de versículos bíblicos antecedidos por um título e/ou um subtítulo que revelam uma organização temática do assunto.
1. O QUE É CETRO DOMINADOR?
Cetro (shebet) é uma vara, um ramo, um galho resistente que é tido com símbolo de poder e autoridade na Palavra (Et 5:2);
Cetro dominador é o símbolo de máxima autoridade de alguém que exerce domínio;

2. O SENHOR DEVE DOMINAR SOBRE NÓS
Jz 8: 22 Então, os homens de Israel disseram a Gideão: Domina sobre nós, tanto tu como teu filho e o filho de teu filho, porque nos livraste do poder dos midianitas. 23 Porém Gideão lhes disse: Não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará sobre vós; o SENHOR vos dominará.

3. O SENHOR NOS FEZ DOMINADORES
Gn 1:28 E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.
Provérbios 16:32 Melhor é o longânimo do que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade.
1 Coríntios 9:25 Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível.

4. NOSSO DOMÍNIO FOI COMPROMETIDO POR CAUSA DO PECADO
Ez 19 10 Israelitas, a mãe de vocês era como uma parreira plantada perto de um ribeirão. Ela estava cheia de galhos e produzia muitas uvas porque havia bastante água. 11 Os seus galhos eram fortes e cresceram até se tornarem cetros reais. A parreira cresceu tanto, que os seus galhos chegaram até as nuvens; todos viram como era alta e cheia de galhos.12 Porém mãos furiosas a arrancaram pela raiz e a jogaram no chão. O vento leste secou as suas uvas. Os seus galhos foram quebrados; eles secaram e foram queimados.13 Agora, a parreira está plantada no deserto, numa terra seca e sem água.14 O seu tronco pegou fogo; o fogo destruiu os seus galhos e as uvas. Os seus galhos nunca mais serão fortes, nunca mais serão cetros reais. Esta é uma canção de tristeza que tem sido cantada muitas vezes.
Efésios 6:12 porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.

5. HOJE HÁ VÁRIOS CETROS DOMINADORES SOBRE OS HOMENS
Is 14: 5 Quebrou o SENHOR a vara dos perversos e o cetro dos dominadores, 6 que feriam os povos com furor, com golpes incessantes, e com ira dominavam as nações, com perseguição irreprimível.
Iniqüidade:
Salmos 119:133 Firma os meus passos na tua palavra, e não me domine iniqüidade alguma.
Soberba:
Salmos 19:13 Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão.
Coisas deste mundo:
1 Coríntios 6:12 Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.
Alma:
Mente
Emoções e sentimentos
Vontade própria
Corpo:
Necessidades fisiológicas
Enfermidades

6. SOMOS TENTADOS DIARIAMENTE A CEDER À DOMINAÇÃO
Gn 4:7 Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo
Tg 1: 14 (...) cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. 15 Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.

7. O SENHOR QUER RESTAURAR NOSSO DOMÍNIO
Daniel 4:26 Quanto ao que foi dito, que se deixasse a cepa da árvore com as suas raízes, o teu reino tornará a ser teu, depois que tiveres conhecido que o céu domina.
Zacarias 6:13 Ele mesmo edificará o templo do SENHOR e será revestido de glória; assentar-se-á no seu trono, e dominará, e será sacerdote no seu trono; e reinará perfeita união entre ambos os ofícios.
Sl 110: 1 Disse o SENHOR ao meu senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés. 2 O SENHOR enviará de Sião o cetro do seu poder, dizendo: Domina entre os teus inimigos.
Is 14: 1 Porque o SENHOR se compadecerá de Jacó, e ainda elegerá a Israel, e os porá na sua própria terra; e unir-se-ão a eles os estrangeiros, e estes se achegarão à casa de Jacó. 2 Os povos os tomarão e os levarão aos lugares deles, e a casa de Israel possuirá esses povos por servos e servas, na terra do SENHOR; cativarão aqueles que os cativaram e dominarão os seus opressores. 3 No dia em que Deus vier a dar-te descanso do teu trabalho, das tuas angústias e da dura servidão com que te fizeram servir, 4 então, proferirás este motejo contra o rei da Babilônia e dirás: Como cessou o opressor! Como acabou a tirania! 5 Quebrou o SENHOR a vara dos perversos e o cetro dos dominadores, 6 que feriam os povos com furor, com golpes incessantes, e com ira dominavam as nações, com perseguição irreprimível. 7 Já agora descansa e está sossegada toda a terra. Todos exultam de júbilo.

8. NÃO SE RESTAURA O DOMÍNIO SEM GUERRA
Jeremias 51:46 Não desfaleça o vosso coração, não temais o rumor que se há de ouvir na terra; pois virá num ano um rumor, noutro ano, outro rumor; haverá violência na terra, dominador contra dominador.

9. QUEM NÃO CEDE AO DOMÍNIO DO SENHOR PELO ÍNTIMO SERÁ DOBRADO PELAS CIRCUNSTÂNCIAS EXTERIORES
Salmos 32:9 Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem.
Provérbios 12:24 A mão diligente dominará, mas a remissa será sujeita a trabalhos forçados.
O QUE OU QUEM O ESTÁ DOMINANDO?

CARTINHA DE NATAL

Em janeiro de 1999, enquanto fazia pós-graduação em Belo Horizonte, MG, entrei na livraria jurídica Mandamentos e lá conheci os proprietários Arnaldo e Cristiana Oliveria Jr. Nossas vidas, minha e de minha esposa, nunca mais seriam as mesmas após o contato com estes valorosos irmãos em Cristo.
Abaixo, a cartinha de Natal que foi preparada por Arnaldo e Cris e intitulada como sendo do filho do casal, o Mateus, que tem uns dois aninhos. A cartinha foi entregue a vários amigos e parentes e fui publicada no boletim da Igreja Batista Príncipe da Paz, onde a família congrega:
Querido Papai do Céu,

Aqui é o Mateus. Ah, esqueci que não precisava me apresentar, pois o Senhor conhece até os meus pensamentos.

“Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta.” (Jeremias 1:5)

Senhor, gostaria de te agradecer, pois o Senhor escutou as orações do papai e da mamãe e me trouxe. Formou-me com perfeição, com muita saúde e força.

“Da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força...” (Salmos 8:2)

Agora é época do Natal. Papai falou que no Natal se comemora o nascimento de Jesus Cristo. Ele foi pequenino como eu sou, e ao crescer cumpriu com amor e obediência todos os passos que Deus havia planejado. Teve uma morte dolorosa. Pagou o preço como se tivesse cometido todos os pecados do mundo, embora não o tivesse, assim mamãe me contou. Tudo isso para que através de Jesus Cristo, pudéssemos nos aproximar e ter um relacionamento com Deus.

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6)

Fiquei triste por um momento, pela morte de Jesus. Mas, papai me disse que Ele ressuscitou e hoje está vivo, observando e cuidando de todos. Porém, a Bíblia Sagrada, que é a Palavra de Deus, não fala que Jesus nasceu dia 25 de dezembro. Também não fala que devemos comemorar o seu nascimento. Ele não queria que nós ficássemos presos a uma só data para se lembrar de Jesus. A Bíblia diz que devemos comemorar a Sua morte conforme I Coríntios 11: 23 a 26:

“ Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha.”

Mas e o papai Noel. Meus pais me falaram que ele é uma mentira, e mentira não é de Deus.

“ (o diabo) ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” (João 8: 44)
“Pelo que deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros.” (Efésios 4:25)

Por isso eu não vou acreditar em papai noel, mas no Papai do Céu que é o Deus verdadeiro
Não vou escrever uma cartinha uma vez ao ano para o papai noel, mas vou conversar todos os dias com meu amigo Jesus
Não vou acreditar nas renas, mas sim nos anjos que Deus escalou para cuidar de mim

“Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai que está nos céus.” (Mateus 18: 10)
Não vou colocar meu sapatinho na árvore para ganhar presentes, mas vou ser um presente valoroso para meus pais, avos e tios (as )
Não vou concentrar minha alegria em somente um dia do ano, mas vou ser feliz todos os dias, porque aprendi que o meu Papai do Céu é quem cuida de mim. E Ele é um Deus amoroso, carinhoso e poderoso. Por isto, Mamãe e Papai falaram que eu sou bem aventurado. E bem aventurado significa: muito feliz.

E você , também quer ser bem aventurado e ser amigo de Jesus. Sabia que Ele te ama muito e não esta longe.

“Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade.” (Salmos 145: 18)
“ Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” (Isaías 55: 6)


Pense nisto...

Obrigado por ler esta cartinha,


Que você seja abençoado (a) pelo Deus poderoso,
O Pai da Eternidade
O Príncipe da Paz


Amém


Mateus Brina Oliveira
25/12/05

sexta-feira, novembro 11, 2005

O CARÁTER EXCLUDENTE DO AMOR DE DEUS EM RELAÇÃO AO MUNDO

No Evangelho de Marcos, em 12:29-30, o próprio Senhor Jesus, perguntado sobre qual era o maior mandamento, disse:
29 Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!
30 Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força.
É preciso entender, primeiro, o que quer dizer “maior mandamento”. A Palavra de Deus diz aquele que descumpre um mandamento é réu dos demais mandamentos, ou seja, não há graduação da pena na lei divina. Para a lei dos homens há uma escala de punição, ou seja, quanto mais reprovável o crime, mais severa a pena. Na lei divina, há um só ilícito, a desobediência, e portanto todos os tipos de pecado são, em síntese, desobediência; e é por esta primeira que os homens são responsabilizados. A responsabilidade implica em suportar a pena e está é única, a separação de Deus, ou morte.
Portanto, o termo “maior mandamento” não pode significar mandamento mais importante do que todos os demais, mas sim, mandamento no qual estão todos os demais mandamentos. De fato, quem cumpre o primeiro mandamento de todo o seu coração não precisa de outro mandamento, pois qualquer outro é conseqüência do primeiro.
Outro aspecto importante é a norma contida no mandamento. Trata-se de um só mandamento, mas que contém dois núcleos: ouvir e amar.
O primeiro núcleo ordena a que tenhamos um único Deus. Ora, o nosso Deus é único, isto faz parte de Seu caráter, portanto, qualquer pessoa que creia verdadeiramente em Deus, só poderá crer Nele exclusivamente, sem crer em mais ninguém. O mínimo de compreensão espiritual já demonstra que todos os outros que se chamam Deus são, na verdade, demônios a serviço de inimigo de Deus. A chamada para o monoteísmo, contida no versículo 29, é, portanto, mais do que um apelo de exclusividade no que diz respeito a alguém, é, também, uma ordem para atribuir exclusividade a Deus em respeito a todas as demais coisas. Aí o versículo toma um sentido completamente diferente, pois considerar a Deus com exclusão a qualquer outro ser espiritual que se considere um deus é, digamos assim, fácil; o crítico é considerar a Deus superior às nossas coisas, superior ao nosso trabalho, ao nosso estudo, a nossa intelectualidade, aos nossos sentimentos, ao nosso comportamento terreno, a nossa família, aos nossos planos, a nossa vontade, etc. Parafraseando o versículo 29, poderíamos colocar assim: Ouve, ó Igreja, o SENHOR nosso Deus, é o único a exercer governo (senhor) sobre sua vida, nada mais poderá dominar você, exceto o seu Deus!
O segundo núcleo do maior mandamento é amar a Deus de todo o coração, toda a alma, todo entendimento e toda a força. É comum que os crentes interpretem esta ordem como sendo amar a Deus fazendo força. É como dizer pra alguém que ele deve dar um abraço em seu pai, no entanto, o abraço precisa ser o mais apertado, porque isto significa o amor. É óbvio que não podemos medir o amor pelo aperto do abraço e, da mesma forma, não podemos medir o amor a Deus pela força interior que fazemos para amá-Lo. O “amar de todo o coração, entendimento, alma e força” tem outro significado e, para entendê-lo, é necessário analisar outro mandamento, que é, em síntese, o mesmo mandamento de Mc 12:29-30, mas que consta da Palavra noutro lugar. Trata-se de 1 Jo 2:15-16:
Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.
Analisando os versículos de Mc 12:29-30 e 1 Jo 2:15-16, vemos que há, aqui, um único mandamento que seria assim sintetizado: Use toda a capacidade de seu homem interior (coração), de seus sentimentos e intelecto (alma) e toda a sua força física (força) para amar a Deus, não deixando nada para o mundo!
O amor a Deus pregado em Mc 12 é, portanto, excludente; não aceita que o homem use sua “fonte de amor” para, ao mesmo tempo, amar a Deus e as coisas deste mundo, pois estas últimas estão a serviço de seu príncipe, o diabo.
Devemos lembrar ainda que Jesus pregou o “maior mandamento” a um jovem Judeu no momento anterior a sua glorificação sacrificial na cruz. O mesmo “maior mandamento” é repetido, após a obra da cruz, no livro de 1 Jo, 3:23, e diz:
Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.
O que muda aqui é só a perspectiva, pois o mandamento é o mesmo. Ademais, o que eram dois mandamentos em Mc 12 – amar a Deus sendo o primeiro mandamento e amar ao próximo sendo o segundo mandamento – agora, em 1 Jo 3:23, torna-se um único mandamento indivisível: crer em Jesus e nos amarmos uns aos outros. A riqueza da união destes dois preceitos num único é matéria para um próximo estudo. Em Cristo.

DESLIGANDO OS SENTIDOS E ENCONTRANDO O CRIADOR

Se existe uma certeza universal, é a de que o homem, em todos os lugares e em todas as épocas, buscou o seu Criador. Os que se dizem ateus inclusive, pois a sua descrença é fruto de uma busca frustrada que, não obstante, em algum momento ocorreu.

O argumento protestante de que a busca que o homem promove em relação a Deus prescinde de intermediários – como os santos ou os anjos – é fundada em dezenas de versículos bíblicos que, intercomunicados num sistema, demonstraram a mais absoluta aversão do texto sagrado ao que se denomina idolatria.

Muito embora a argumentação bíblica seja retumbante e insuperável por qualquer entendimento que emane da própria Bíblia, é comum encontrar aqueles que o renegam solenemente, preferindo crer no objeto de sua preferência.

É justamente a preferência, o gosto, a satisfação pelo suposto contato espiritual através dos sentidos – marcadamente a visão e o tato – que os protestantes ignoram quando buscam convencer o idólatra que sua opção e equivocada e auto-condenatória.

Aquele que se prostra diante de um ídolo que pode ser visto, tocado e beijado, tem prazer em contatar o mundo espiritual através de uma experiência sensorial. Tira-lhe esta possibilidade e convidá-lo a comunicar-se com Deus diretamente, sem contato visual com nada que represente este Deus, é o mesmo que pedir a esta pessoa que ela fale sozinha.

Pedir a alguém para dirigir uma prece a um santo, a um anjo, ou outra entidade espiritual qualquer não é difícil, pois tal pedido coincide com as preferências do homem natural. É o mesmo que convidá-lo para um banquete onde só há comidas de sua preferência.

Ao contrário, pedir a alguém para dirigir uma prece a Deus de olhos fechados, com o pensamento posto no intangível, é bem difícil, e isto porque o homem natural rejeita desligar os sentidos de que foi dotado para acessar a Deus.

Convencer alguém a se abster dos cinco sentidos durante a comunicação com Deus é cobrar desta pessoa a sua total dependência durante o sublime contato com o Criador. Por razões que remetem à experiência de Adão no Éden, o homem impõe a Deus a sua independência neste mundo, ainda que não o perceba. Cada indivíduo, por mais débil que seja sua situação, insiste em controlar o seu destino e não abdicar de poder decidir o que é o bem e o mal por si mesmo.

Ao nos desligarmos de nossos sentidos durante o contato com Deus, nos removemos à condição que tínhamos Nele antes de nossa criação. Se somos eternos no passado e no futuro e se os nossos cinco sentidos nos acompanharão somente durante esta jornada natural e terrena, é plausível que Deus nos cobre a dependência Nele e não naquilo que um dia vai perecer como tudo que é material.

Muito embora sejamos todos seres espirituais na origem, Deus nos deu um corpo material e dotou-nos de cinco sentidos para que interagíssemos com o mundo que nos cerca. O contato com o Criador, no entanto, por ser Ele espiritual, continua sendo uma experiência do espírito humano e não do corpo humano por seus sentidos.

Ao escolher o fruto da percepção individual do que seja o bem e o mal, o homem renunciou a dependência de Deus que se operava no espírito humano que, ademais, tornou-se morto. O homem cobrou uma independência quanto ao seu destino na terra e transmudou-se de um ser completo (natural e sobrenatural) para um ser incompleto (meramente natural), dotado de um vazio na parte indetectável de sua constituição, ou seja, o espírito.

A partir daí o homem passou a procurar Deus em sua jornada, pois o havia perdido, e, ignobilmente, usando seus sentidos, como se fosse possível acessar o imaterial através do que é material. Mesmo que o homem não perceba, ele está obstinado a achar a Deus sem prejuízo da independência que obteve e é justamente por isso que é tão difícil convencer um idólatra à comunicar-se com Deus sem uso de suas imagens.

Por isso são chamados de perdidos. Porque algo dentro deles diz que eles devem achar seu criador, no entanto, não sabem quem o é, onde achá-lo, ou como encontrá-lo. Se esta perdição humana ultrapassa a linha divisória da vida terrena, torna-se eterna e é por isso que a situação é tão grave para o que se encontra perdido de seu Pai Celeste.

Aqueles que andaram com Jesus Cristo durante sua passagem terrena, mesmo podendo ver o Deus Eterno na pessoa do Filho, foram desafiados pelo mesmo a um contato extra-sensorial, como quando Jesus repreendeu a Tomé – o maior dos idólatras convertido – que exigia não somente ver a Jesus, como também tocá-lo. Como Jesus estava presente e como desejava ensinar a posteridade que seu corpo era real, permitiu a Tomé tocá-lo, no entanto, disse: Bendito os que não viram e creram!

A posição de Jesus no episódio muito nos ensina como falar ao idólatra. Primeiramente com amor, porém, sem deixar de admoestá-lo, demonstrando-lhe as conseqüências eternas de seu erro, caso não haja arrependimento. É bom lembrar que em homem convencido contra a vontade conserva sempre a posição anterior.

Quanto aos que ainda não renegaram as formas sensitivas de contato com Deus, devem abster-se de suas vontades egoísticas para reparar no Deus que tão amorosamente os chama. Quanto aos que já buscam a Deus sem o intermédio de imagens e ritos, porém ainda não crucificaram sua vontade egocêntrica, devem lançar fora toda forma de idolatria interior, inclusive a Egolatria, que é a forma mais comum de idolatria, presente tanto nos pagãos como em alguns devotos cristãos evangélicos.

É comum o idólatra revoltar-se com os comentários que se faz em relação à sua prática e, quando tais comentários partem de uma atitude acusadora e julgadora – que a ninguém compete, senão a Deus – tem razão o idólatra de sentir-se ofendido, ao menos quanto à forma como é julgado e acusado. No entanto, ao falar brandamente, com amor e humildade sobre o destino que o espera, não se estará acusando o idólatra e sim buscando poupá-lo do que se acredita ser um tormento eterno. Tal atitude, em si mesma, não o ofende e nem o acusa; é a própria consciência do idólatra que o acusa.

Assim, para ver a Deus é necessário desligar-se dos sentidos e procurá-lo com o interior, porque Jesus disse que aquele que (O) procura, encontra (Mt 7:7).

LIBERTOS DO EGITO E DA ASSÍRIA

O livro do profeta Oséias tem uma passagem que revela um importante princípio da Palavra de Deus. Está em Os 11:5: Não voltarão para a terra do Egito, mas o assírio será seu rei, porque recusam converter-se.

Nesta passagem, o profeta Oséias profetiza uma dura mensagem ao Reino do Norte, Israel – também chamado de Efraim – desde o capítulo 4. No capítulo 11, antes de o SENHOR anunciar a restauração do seu povo, Ele diz, por seu profeta, que atraiu o povo com “cordas humanas” e “laços de amor”. Isto, de certa forma, nos faz lembrar o Apóstolo Paulo quando diz, em Ef 3:1, que é prisioneiro de Cristo por amor aos gentios.

Nós, que somos propriedade de Cristo, vivemos a vida Dele conquistada na ressurreição, por isso, não damos lugar à carne e à vida da alma, de forma que esta última é prisioneira em nós. A vida da alma, não podendo manifestar-se em nós por causa mortificação – que é, sendo vivo, assumir o caráter do que está morto – permanece latente em nós e prisioneira até o dia de nossa redenção, quando iremos ascender ao céu como o nosso Senhor ascendeu.

Voltando ao texto de Os 11:5, é preciso contextualizá-lo para compreender o princípio ali estabelecido. Para tanto, devemos consultar I Rs 17, que conta a cerca de outro Oséias, este Rei de Israel que reinou em Samaria entre 732 e 722 a.C. No reinado de Oséias Israel passou a serva da nação Assíria e o próprio rei foi feito prisioneiro. A partir do versículo 7 do capítulo 17 é relatado o porquê de Efraim sucumbir diante de seus inimigos. O motivo foi o pecado. Dentre os pecados praticados pelo povo de Israel, estavam, inclusive, o sacrifício de seus filhos à Baal, dentro de um contexto de profunda idolatria.

A segunda parte do versículo revela que o povo não queria se converter, ou seja, que recusava guinar seu procedimento, passando a andar nos caminhos do seu Deus. A resistência do povo em converter-se é a causa, então, de o rei assírio passar a governar o israelitas. A Assíria vivia um momento de império, ou seja, tudo o que o mundo decaído representou no império babilônico e que no futuro representaria nos impérios medo-persa e romano, estavam sob o reinado assírio.

O “mundo”, que o diabo prometeu dar a Jesus em troca de adoração (Mc 4:8) e que já está julgado, conforme Jesus afirmou (Jo 12:31), estava representado pelo Império Assírio. O Egito, por sua vez, representava o domínio do pecado para o povo de Israel. A diferença está no fato de que no Egito o povo não havia sido resgatado da maldição e não havia sacrifício pelos pecados, que só foi instituído no ministério de Moisés e Aarão.

Construindo um paralelo com os dias de hoje, vemos que o povo de Israel no tempo do Oséias é a Igreja de hoje que se recusa a lavar suas vestes no sangue no Cordeiro, que anda obstinada sacrificando a ídolos como o ego, o materialismo e a religião.

O SENHOR disse que eles não voltariam ao Egito, mas seriam governados pela Assíria. Israel, muito embora estivesse em pecado, tinha obtido uma identidade nacional. Eles tinham uma terra, um povo, um governo e eram chamados pelo Nome do Senhor. Isto Deus não tiraria deles, no entanto, lhes colocaria sob tributo da Assíria, tendo tais coisas, mas não podendo desfrutar delas. Os povos tributados daquele tempo tinham um governo relativo, pois o governante da nação que os tributava mandava nos destinos do povo tributado. Na verdade, para uma nação que perdia a guerra, viver tributada era a opção para não ser totalmente dizimada e também uma forma da nação dominante impor um jugo sobre seus vencidos.

Tudo o que o mundo representava, e que hoje igualmente representa: domínio político, econômico, cultural e religioso, eram exercidos pela Assíria em relação aos seus conquistados. O povo de Israel, por ter se negado a se converter, ficou debaixo de uma dominação do mundo, servindo à este. Isto não significava perder sua condição de povo – voltando ao Egito – mas significava não gozar das promessas de Deus, mesmo que fossem chamados Seu povo.

Nos dias de hoje não é diferente, pois aqueles crentes que se recusam a converter seus caminhos, passando de um cristianismo nominal para um relacionamento íntimo e santo com Deus, não voltam ao Egito assumindo velhas práticas e continuam reconhecidos como cristãos, no entanto, passam ao governo do “mundo”, vivendo nos padrões políticos, econômicos, culturais e religiosos de hoje, privados das promessas para as quais foram conquistados pelo sangue de Jesus.

Quem resiste ao chamado de Deus para uma vida consagrada, acaba servo deste mundo, ainda que não volte exatamente aos padrões do Velho Egito. Fomos chamados para constituirmos um povo separado para o SENHOR, portanto, devemos nos render totalmente e atender ao clamor do Espírito por santidade total em nossas vidas. Isto não só confirmará nossa vitória sobre o Egito, como nos livrará da Assíria, ou seja, não só nos livrará do mundo como ele era para nós antes de nossa decisão por Cristo, como nos livrará do mundo com ele é hoje, com seus apelos e sua concupiscência que tanto tem desviado nossos irmãos.

DESPOJANDO AS RIQUEZAS DO MUNDO

Introdução: Os dízimos e as ofertas são meios previstos na Palavra de Deus para assegurar um dado fim: a conversão das riquezas. A visão de retribuição de dar dízimos e ofertas e receber bênçãos financeiras é só uma parte do intento de Deus e, creio, a parte menos importante. A mais importante é despojar o inimigo das riquezas e dedicá-las a Deus.

1. AS RIQUEZAS DO MUNDO:
Foram criadas por Deus e constituem Sua propriedade:
Salmos 89:11 Teus são os céus, tua, a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste.

Foram entregues por Deus a Adão para administrá-las:
Gn 1:26 - Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.
Foram corrompidas e amaldiçoadas e caíram nas mãos de Satanás por causa do pecado de Adão:
Gn 3:17 E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida.
Jo 8:34 Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado.
Rm 6:16 Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça?
I Jo 5:19 Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno.
Estão inseridas no mundo, que está julgado, assim como seu príncipe, que é Satanás:
Jo 12:31 Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso.
João 16:11 do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.
Aguardam o resgate de Deus:
Rm 8:19-21 A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. 20 Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, 21 na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Serão rendidas ao Senhor Jesus:
Apocalipse 5:11-12 Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, 12 proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.
Enquanto o resgate não vem, estão em oposição a Deus:
Mateus 6:24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
Mateus 13:22 (...) a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.
Marcos 10:23-24 Então, Jesus, olhando ao redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! 24 Os discípulos estranharam estas palavras; mas Jesus insistiu em dizer-lhes: Filhos, quão difícil é para os que confiam nas riquezas entrar no reino de Deus!

E todas tem origem iníqua, mesmo decorrendo do trabalho dos santos:
Lucas 16:9 E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos.
Tiago 5:2 As vossas riquezas estão corruptas, e as vossas roupagens, comidas de traça;


2. JESUS TEM OUTRAS RIQUEZAS PARA OS SANTOS:
Lucas 16:11 Se, pois, não vos tornastes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?
Efésios 3:8 A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo
Hebreus 11:26 porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão.

3. OS DESPOJOS:
No tempo do Velho Testamento eram as riquezas tomadas na guerra, de um reino inimigo, e trazidos ao Reino de Israel para dedicação ao Templo do Senhor:
I Cr 26:27 Este Selomite e seus irmãos tinham a seu cargo todos os tesouros das coisas consagradas que o rei Davi e os chefes das famílias, capitães de milhares e de centenas e capitães do exército tinham dedicado; 27 dos despojos das guerras as dedicaram para a conservação da Casa do SENHOR,
II Cr 28:20-22 Veio a ele Tiglate-Pileser, rei da Assíria; porém o pôs em aperto, em vez de fortalecê-lo. 21 Porque Acaz tomou despojos da Casa do SENHOR, da casa do rei e da dos príncipes e os deu ao rei da Assíria; porém isso não o ajudou. 22 No tempo da sua angústia, cometeu ainda maiores transgressões contra o SENHOR; ele mesmo, o rei Acaz.

Hoje, são as riquezas que despojamos do reino de trevas e trazemos ao reino de luz:
Cl 1:13 Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor,

4. COMO DESPOJAR O REINO DAS TREVAS, O MUNDO, EM FAVOR DO REINO DE DEUS?
Não se pode enviar o dinheiro para fora do mundo, apenas trazê-lo com você. Para despojar o inimigo você precisa, primeiro, vir do mundo para o Reino de Deus e, em segundo lugar, trazer consigo os despojos. Dois exemplos na Bíblia, um no VT e dois no NT:
Ex 3:21-22 Eu darei mercê a este povo aos olhos dos egípcios; e, quando sairdes, não será de mãos vazias. 22 Cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda jóias de prata, e jóias de ouro, e vestimentas; as quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis os egípcios. Eu darei mercê a este povo aos olhos dos egípcios; e, quando sairdes, não será de mãos vazias. 22 Cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda jóias de prata, e jóias de ouro, e vestimentas; as quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis os egípcios.
Ex 10:24-26 Então, Faraó chamou a Moisés e lhe disse: Ide, servi ao SENHOR. Fiquem somente os vossos rebanhos e o vosso gado; as vossas crianças irão também convosco. 25 Respondeu Moisés: Também tu nos tens de dar em nossas mãos sacrifícios e holocaustos, que ofereçamos ao SENHOR, nosso Deus. 26 E também os nossos rebanhos irão conosco, nem uma unha ficará; porque deles havemos de tomar, para servir ao SENHOR, nosso Deus, e não sabemos com que havemos de servir ao SENHOR, até que cheguemos lá.
Ex 12:30-36 Levantou-se Faraó de noite, ele, todos os seus oficiais e todos os egípcios; e fez-se grande clamor no Egito, pois não havia casa em que não houvesse morto. 31 Então, naquela mesma noite, Faraó chamou a Moisés e a Arão e lhes disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; ide, servi ao SENHOR, como tendes dito. 32 Levai também convosco vossas ovelhas e vosso gado, como tendes dito; ide-vos embora e abençoai-me também a mim. 33 Os egípcios apertavam com o povo, apressando-se em lançá-los fora da terra, pois diziam: Todos morreremos. 34 O povo tomou a sua massa, antes que levedasse, e as suas amassadeiras atadas em trouxas com seus vestidos, sobre os ombros. 35 Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés e pediram aos egípcios objetos de prata, e objetos de ouro, e roupas. 36 E o SENHOR fez que seu povo encontrasse favor da parte dos egípcios, de maneira que estes lhes davam o que pediam. E despojaram os egípcios.
Mc 12:41-44 Assentado diante do gazofilácio, observava Jesus como o povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos depositavam grandes quantias. 42 Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante. 43 E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. 44 Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento (bios – no grego, vida em sentido amplo).
II Co 8: 3-5 Porque eles (irmãos da Macedônia), testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, 4 pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos. 5 E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus;

5. COMO UTILIZAR OS DESPOJOS DO MUNDO:
Há duas formas de utilizar os despojos que retiramos do mundo. Para construir o Tabernáculo ou um bezerro de ouro:
Ex 25: 1-8 Disse o SENHOR a Moisés: 2 Fala aos filhos de Israel que me tragam oferta; de todo homem cujo coração o mover para isso, dele recebereis a minha oferta. 3 Esta é a oferta que dele recebereis: ouro, e prata, e bronze, 4 e estofo azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de cabra, 5 e peles de carneiro tintas de vermelho, e peles finas, e madeira de acácia, azeite para a luz, especiarias para o óleo de unção e para o incenso aromático, 7 pedras de ônix e pedras de engaste, para a estola sacerdotal e para o peitoral. 8 E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles.
Ex 32:2-4 Disse-lhes Arão: Tirai as argolas de ouro das orelhas de vossas mulheres, vossos filhos e vossas filhas e trazei-mas. 3 Então, todo o povo tirou das orelhas as argolas e as trouxe a Arão. 4 Este, recebendo-as das suas mãos, trabalhou o ouro com buril e fez dele um bezerro fundido. Então, disseram: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito.
Ex 32: 19-20 Logo que se aproximou do arraial, viu ele o bezerro e as danças; então, acendendo-se-lhe a ira, arrojou das mãos as tábuas e quebrou-as ao pé do monte; 20 e, pegando no bezerro que tinham feito, queimou-o, e o reduziu a pó, que espalhou sobre a água, e deu de beber aos filhos de Israel.

A VONTADE DE DEUS

Estudos como este contém apenas uma sucessão de versículos bíblicos antecedidos por um título e/ou um subtítulo que rvelam uma organização temática do assunto. Este estudo em específico trata da vontade de Deus.

1. A VONTADE DE DEUS
Deus faz a Sua vontade no Céu
Mt 6:10 ... faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;

A Criação de Deus advém de sua vontade
Apocalipse 4:11 Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.
Tiago 1:18 Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.

Deus tem uma vontade suprema, vontades gerais e vontades específicas
Vontade Suprema
Mt 18:14 Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos.
João 6:40 De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
Vontades Gerais
Colossenses 4:12 ... para que vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de Deus.
1 Ts 4:3 Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição;
1 Ts 5:18 Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
1 Pedro 2:15 Porque assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos;
Vontades Específicas
Filipenses 2:13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.
Colossenses 1:1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Timóteo,
1 Pedro 3:17 porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal.


2. O HOMEM E A VONTADE DE DEUS
É fazer a vontade de Deus que garante a salvação (obtida pela graça), e não apenas o reconhecê-lo como Senhor
Mt 7:21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Jo 9:31... se alguém teme a Deus e pratica a sua vontade, a este atende.
Hebreus 10:36 Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa.
1 João 2:17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.

Jesus disse que a Sua família é formada não pelos que O reconhecem, mas pelos que fazem a vontade de Deus
Mt 12:50 Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe.


3. A VONTADE HUMANA
A vontade humana nunca almeja coisas espirituais
2 Pedro 1:21 porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.

Devemos reconhecer que nossa vontade conflita com a vontade do Senhor, no entanto, devemos fazer em prejuízo daquela.
Mt 21:28-31 E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. 29 Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. 30 Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi. 31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus.
Mt 26:42 Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.
Jo 6:38 Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou.
1 Pedro 4:2-3 para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus. 3 Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios,
Gálatas 5:17 Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.

A vontade do homem, expressada a Deus em súplica, ainda que com fé, sujeita-se às suas vontades gerais e à sua vontade suprema
1 João 5:14 E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.

Devemos ter uma vontade alinhada a do Espírito Santo, assim como Jesus tinha uma vontade alinhada a do Pai
Jo 6:39 E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu;
Jo 17:24 ... Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste,

Jesus foi entregue ao povo pelo qual Ele deu a vida, portanto, agora, é justo que sejamos nos entregues à Sua vontade
Lc 23:25 Soltou aquele que estava encarcerado por causa da sedição e do homicídio, a quem eles pediam; e, quanto a Jesus, entregou-o à vontade deles.

Nada mais justo que façamos a vontade de Deus, pois nossa existência (espiritual) se deve à Sua vontade e não à vontade da carne ou do homem
Jo 1:13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

Fazer a vontade de Deus e realizar Sua obra tem de ser tão importante para o crente como se alimentar.
Jo 4:31-34 Nesse ínterim, os discípulos lhe rogavam, dizendo: Mestre, come! 32 Mas ele lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis. 33 Diziam, então, os discípulos uns aos outros: Ter-lhe-ia, porventura, alguém trazido o que comer? 34 Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.


4. ALCANÇANDO A VONTADE DE DEUS
A vontade de Deus é boa, perfeita e O agrada. Para experimentá-la é preciso ser transformado. Tal transformação ocorre pela renovação da nossa mente. Tal renovação ocorre a partir da entrega cultual de todas as nossas vontades ao Senhor, como sacrifício vivo
Rm 12:1-2 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

A vontade de Deus deve ser entendida pelo crente através de um entendimento espiritual
Cl 1:9 ... não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;
Colossenses 4:12 Saúda-vos Epafras, que é dentre vós, servo de Cristo Jesus, o qual se esforça sobremaneira, continuamente, por vós nas orações, para que vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de Deus.

Devemos batalhar para absorver a vontade de Deus
Ef 5:17 Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor.

Devemos clamar para que Deus faça a Sua vontade em nosso meio
Mt 6:10 ... faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;

Deus nos ensina a fazer a Sua vontade
Sl 143:10 Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano.

Deus inclina o coração do homem para influenciar a sua vontade, muito embora este mantenha o livre arbítrio
Provérbios 21:1 Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina.
Filipenses 2:13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.

Deus nos aperfeiçoa para fazer a Sua vontade
Hb 13:20-21 Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, 21 vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém!

CURA DOS LÁBIOS

Estudos como este contém apenas uma sucessão de versículos bíblicos antecedidos por um título e/ou um subtítulo que revelam uma organização temática do assunto. Este estudo em específico trata da cura dos nossos lábios.

Salmos 19:14 As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu!

1. Não existem palavras da “boca pra fora”, apenas “palavras do coração”. Falamos aquilo que se passa no nosso homem interior (coração):
Mt 12:34 Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração.
Lucas 6:45 O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração.

2. Palavras são sementes. Palavras más são sementes de erva daninha. Ervas daninhas contaminam a vinha e botam a perder a colheita. O que sai de nossa boca, sendo mau, nos contamina e nos aprisiona:
Mateus 15:11 não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem.
Mateus 15:18 Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem.
3. Não pode supor que está “bem na fé” se ouve de seus próprios lábios torrentes de palavras inconvenientes e imundas:
Tiago 1:26 Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã.
4. As nossas palavras trazem justificação e condenação:
Mateus 12:37 porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado.
Lucas 19:22 Respondeu-lhe: Servo mau, por tua própria boca te condenarei. Sabias que eu sou homem rigoroso, que tiro o que não pus e ceifo o que não semeei;
Eclesiastes 10:12 Nas palavras do sábio há favor, mas ao tolo os seus lábios devoram.
5. O homem é falível e peca, muitas vezes com seu corpo. Mas aquele que se contém quanto ao que fala, é capaz de dominar todo o seu corpo, pois o membro mais difícil de dominar é a língua. Quando se ganha a língua de alguém, se domina o corpo todo:
Tg 3:1-8 Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo. 3 Ora, se pomos freio na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro. 4 Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro. 5 Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva! 6 Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno. 7 Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; 8 a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero.
6. A boca é a fonte do coração. Se da fonte estiver jorrando águas amargas, não poderá jorrar águas doces. Deus não pode usar uma língua de alguém para profetizar se este alguém a usa para amaldiçoar ou murmurar. A pessoa até poderá usar a língua para abençoar, ensinar e elogiar e, ao mesmo tempo, para murmurar, no entanto, Deus só a utilizará quando ela estiver sarada:
Tg 3:9-12 Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. 10 De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. 11 Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? 12 Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce.
Lucas 21:15 porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem.
Romanos 10:8 Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos.
7. As palavras torpes geradas em nosso interior tendem a ser liberadas, o que devemos reter a qualquer custo. :
Ef 4:29 a 5:4 Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. 30 E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. 31 Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia.
8. Quando a ira tomar o nosso interior, devemos reter as palavras que tentarão se liberar, dando graças a Deus em todas as situações, mesmo aquelas situações difíceis e irritadiças onde Ele parece ter nos abandonado:
Ef 5:1-4 Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; 2 e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave. 3 Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos; 4 nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças.
1 Ts 5:18 Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
Hebreus 13:5 Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.
9. Para Deus usar os lábios de alguém é preciso, primeiramente, a cura dos lábios:
Is 6:5-9 Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos! 6 Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; 7 com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado. 8 Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. 9 Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais.
10. Há promessa de dias felizes e ampla satisfação (amar a vida) para aqueles que põe freio à língua:
1 Pedro 3:10 Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente;



O MACHADO DE DEUS

É contado pelo profeta Jeremias, no livro de I Reis, capítulo 6, versículos 1 a 7, que certa vez o profeta Eliseu estava na escola donde eram instruídos os discípulos dos profetas e que um deles veio lhe falar sobre o intento de aumentar o lugar donde viviam, pois já estava muito apertado para comportar a todos. A proposta do discípulo era que, reunidos, fossem cortar madeira às margens do Rio Jordão, madeira esta que seria utilizada para o aumento da construção donde viviam os discípulos dos profetas:
1 Disseram os discípulos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos contigo é estreito demais para nós.
2 Vamos, pois, até ao Jordão, tomemos de lá, cada um de nós uma viga, e construamos um lugar em que habitemos. Respondeu ele: Ide.
Primeiramente o profeta Eliseu ordenou-os que fossem sozinhos, porém, convidado pelo discípulo para ir junto, acatou o convite e foram todos às margens do Rio Jordão cortar madeira:
3 Disse um: Serve-te de ires com os teus servos. Ele tornou: Eu irei.
4 E foi com eles. Chegados ao Jordão, cortaram madeira.
Como Homem de Deus que era dirigido pelo Espírito Santo, certamente Eliseu percebeu que Deus se utilizaria daquela empreitada para proclamar profeticamente a vinda e o ministério de Seu Messias. Os versículos 5 a 7 relatam o que aconteceu em seguida:
5 Sucedeu que, enquanto um deles derribava um tronco, o machado caiu na água; ele gritou e disse: Ai! Meu senhor! Porque era emprestado.
6 Perguntou o homem de Deus: Onde caiu? Mostrou-lhe ele o lugar. Então, Eliseu cortou um pau, e lançou-o ali, e fez flutuar o ferro,
7 e disse: Levanta-o. Estendeu ele a mão e o tomou. O profeta Eliseu
O machado, que era instrumento de trabalho importantíssimo naquela época, havia sido emprestado mui provavelmente porque os que emprestaram não tinham condições de adquiri-lo. Como então pagariam pelo machado perdido? Daí o “ai” e o lamento do discípulo ao profeta, tanto porque estaria comprometida sua tarefa, como porque teria de ressarcir o machado sem ter condições para tanto.
Eliseu prontamente perguntou ao discípulo onde havia caído o machado e é aí que começa o ato profético, ou seja, o momento em que Eliseu, através de um ato aparentemente relacionado às circunstâncias do momento, chama à existência a vida terrena e o ministério do Filho de Deus.
Para entender o ato profético é necessário investigar um momento ocorrido centenas de anos após, qual seja, o batismo de Jesus no mesmo Rio Jordão, que está registrado no evangelho de Mateus, capítulo 3:

5 Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão;
6 e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.
7 Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura?
8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;
9 e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.
10 Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
11 Eu vos batizo com {com; ou em} água, para {para; ou à vista de} arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com {com; ou em} o Espírito Santo e com {com; ou em} fogo.
12 A sua pá, ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível.
13 Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse.
14 Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?
15 Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu.
16 Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele.
17 E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
Na passagem de Mateus, única no Novo Testamento que contém a palavra “machado”, não é coincidência que João Batista afirma que já estava posto o Machado junto à raiz das árvores. O Machado de Deus que já estava na Terra era, obviamente, Jesus e quanto à raiz das árvores tem duas aplicações. Na primeira aplicação o termo “árvores” diz respeito à linhagem judaica e o termo “raiz” diz respeito ao patriarcado de Abraão, tido pelos interlocutores fariseus e saduceus como sua justificação de pecados. A este argumento João adverte que “já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo”, ou seja, a justificativa humana de salvação em função dos frutos do patriarca – a fé, uma vez que Abraão foi justificado por fé – era posta por terra, vigorando a salvação pessoal fundada nos frutos pessoais, frutos estes dignos de arrependimento, como mencionado por João Batista pouco antes (v.8). Deveriam os ouvintes crer por si mesmos para que isto lhes fosse imputado por justificação, não bastando a fé do patriarca. Ademais, tal fé deveria ser viva, ou seja, acompanhada de frutos de arrependimento genuíno. Quem não apresentasse tais frutos seria cortado e jogado no fogo, símbolo de perdição eterna.
Na segunda aplicação “raiz” diz respeito ao coração e “árvores” diz respeito aos homens, portanto, o Machado, que é Jesus, estaria posto aos corações dos homens, sendo cortado do jardim todo homem cujos frutos não fossem bons, ou seja, não fossem frutos dignos de arrependimento.
Logo adiante, no versículo 16, Jesus é batizado, ou seja, é mergulhado nas águas do Rio Jordão e delas emerge, como o machado do ato profético de Eliseu. Que temor nos é aplicado ao coração quando percebemos o cuidado de Deus na preparação profética do ministério de Seu Cordeiro, centenas de anos antes!
Há outro elemento profético no ato de Eliseu. Trata-se da forma como ele faz imergir o machado da água. Eliseu corta um pau e joga sobre a água, vindo o machado do fundo do rio em direção ao pedaço de pau. Este acontecimento profetisa sobre o Machado de Deus que, sendo batizado no Rio Jordão, iniciaria um ministério ali cujo destino era o madeiro da cruz. Tanto assim que o termo “ets” no hebraico, usado para denominar o “pau” utilizado por Eliseu, e o termo “xulon” no grego, utilizado para denominar a cruz de Cristo, são, ambos, traduzidos como “madeiro” nas Escrituras.
Outra aplicação do texto de I Rs 6 é quanto ao discípulo que perdeu o machado na água. Se o machado não flutuasse e viesse ao encontro do madeiro, nunca o discípulo o acharia no fundo o Rio Jordão. Isto nos mostra a imprescindibilidade do Ministério da Cruz na salvação dos homens. Se o machado não tivesse flutuado em direção ao madeiro o discípulo permaneceria devedor do mesmo ao seu dono. O flutuar do machado em direção ao madeiro remiu o discípulo da dívida que teria caso tivesse perdido o instrumento de trabalho. Este é o ministério remissivo da cruz de Cristo, que nos livra de nossas dívidas.
Isto nos mostra como Jesus já prefigurava em cada mínimo acontecimento da vida dos profetas e como estes criam na vida e ministério do Messias, profetizando, a cada momento, quanto à Sua vinda.