terça-feira, junho 10, 2008

VERDADEIRA SUBMISSÃO


Tempo depois de o povo ser liberto do Egito DEUS entendeu que era hora de o povo ser levado à terra que havia sido preparada para eles. O arraial estava acampado em Cades Barnéia (Nm 13) e Deus deu uma ordem a Moisés para que uma comitiva de doze homens fosse espiar a terra de Canaã.

Deus poderia ter preservado a terra de Canaã livre de ocupação pelos quatrocentos anos em que o seu povo se multiplicou no Egito, mas isto pouparia o povo da guerra para conquistar a terra e, por conseguinte, da glória da vitória, que é o grande propósito de Deus para os homens, ou seja, o restabelecimento da glória do PAI, contestada pelo diabo, a partir da vitória dos filhos de DEUS sobre ele.

DEUS pretendia que o povo verificasse a terra, fizesse planos para ocupa-la e, por fim, executasse estes planos tomando posse da terra e glorificando a DEUS pela construção de um povo que fosse a expressão de sua glória.

O povo e alguns da liderança, no entanto, só conseguiam enxergar os riscos de ocupar uma terra na qual viviam gigantes (Nm 13:27-33). Eles sabiam que serviam a um DEUS poderoso e tinham visto as maravilhas que DEUS estava disposto a fazer para abençoa-los e para cumprir Seus propósitos, no entanto, não conseguiam acreditar que teriam vitória na conquista da terra.

A dificuldade de crer que DEUS nos abençoará e nos dará vitória decorre da incredulidade e esta advém, por sua vez, de um coração endurecido (Hb 3:7-19).

Endurecer o coração do homem e tomá-lo de incredulidade é uma tarefa do inimigo de DEUS que vê nisto a chance de continuar ocupando a terra prometida e impedir que DEUS seja glorificado. Satanás não consegue se conformar pelo fato de que DEUS deu seu único filho para salvar os homens, mas não socorreu a ele e aos demais anjos decaídos (Hb 2:16).

Caso o homem não esteja vigiando seu próprio coração e buscando crescente e incessante comunhão com DEUS o diabo pode conseguir sugestionar o perverso coração humano e endurecê-lo para que ele seja tomado de incredulidade.

A prova de que isto já estava acontecendo com o povo de Israel quando estes chegaram a Cades Barnéia é que tanto os do povo como alguns da liderança já haviam murmurado (Nm 11 e 12). Quando tiveram diante de si o desafio de guerrear para ocupar a terra de Canaã murmuraram contra Moisés e contra Arão (Nm 14:2).

É preciso entender, neste momento, a linguagem verbal e a não-verbal envolvida no episódio. Verbalmente os murmuradores poderiam estar levantando algum pleito aparentemente justo e questionando dificuldades pelas quais estavam passando e limitações de sua liderança, mas na linguagem não verbal eles estavam dizendo, por dentro, em seus corações, o seguinte: “não queremos nos arriscar”, “vai ser difícil lutar”, “tenho medo de perder”, “não quero enfrentar gigantes”!

O povo já tinha tido experiências com murmuração no passado. Em Números 11:1 diz que o povo queixou-se aos ouvidos do SENHOR e que a ira dEle se acendeu e os consumiu no arraial. Depois desta dura lição o povo padeceu novamente a espera em Hazerote, até que Miriã fosse disciplinada com lepra por sete dias (Nm 12:15).

Quando o povo foi confrontado com a necessidade de mudar de escravos para guerreiros, para que houvesse a conquista da terra (Nm 13), os de coração endurecido acabaram murmurando novamente, mas desta vez tomaram o cuidado de não falar diretamente aos ouvidos do SENHOR. Eles murmuraram contra Moisés e Arão, porém, DEUS entendeu aquela murmuração como sendo contra Ele mesmo, como se vê em Números 14:27.

Isto acontece porque DEUS não só está atento às palavras que saem de nossa boca, mas também a linguagem não-verbal que sai de nosso coração e que somente DEUS ouve (Jr 17:9-10).

Assim, não adianta “tomar o cuidado” de não murmurar contra DEUS e sim contra seus líderes, pois se isto é diferente do ponto de vista humano, é pior do ponto de vista divino, tanto que quando o povo murmurou contra DEUS este os repreendeu imediatamente, mas preservou a maioria do povo; mas quando a murmuração se deu contra Moisés e contra Arão, DEUS quis consumir o povo todo e isto só não aconteceu porque Moisés interviu (Nm 14:12-15).

Quando o ESPÍRITO SANTO me falou todas estas coisas que ora escrevo, me convenci, mais uma vez, que tanto eu como alguns que conheço precisavam se arrepender da murmuração interior e enfrentar as mudanças, todavia, disse em meu interior o seguinte: – Tudo bem, mas como é difícil ser sujeito a líderes que aos meus olhos são, nalgumas coisas, despreparados, arrogantes, violentos no falar e, às vezes, ignorantes.

O ESPÍRITO SANTO, em sua docilidade, seu amor incondicional, seu consolo e seu ensino me disse que Moisés era exatamente tudo isto, como a Bíblia expressamente menciona em Êxodo 4:11. Lá Moisés admite perante Deus o que possivelmente não admitia diante de ninguém, ou seja, que era pesado de língua. Em palavras mais simples, Moisés era grosso mesmo. E ele não só era grosso como também violento, tanto que matou um homem e escondeu o corpo (Ex 2:12).

Para que Moisés viesse a se tornar o homem mais manso de seu tempo (Nm 12:3) DEUS teve de ensina-lo o que haveria de falar (Ex 4:12). Este ensino demorou, certamente, e durante o aprendizado Moisés deve ter deixado muita gente chateada com suas limitações, o que, todavia, nunca interrompeu o ministério que DEUS tinha pra ele. Ignorante ou não, Moisés era o líder e DEUS exigia submissão à autoridade deste líder, tanto de seu povo, como de Faraó.

No tempo em que tais coisas aconteceram havia um só templo itinerante, uma só terra de Canaã a ser conquistada, um só povo indiviso e um só líder, Moisés, com seus juízes (Ex 18:21-27); mas hoje, no tempo da aliança no sangue de CRISTO, cada um de nós é um templo, cada um tem uma Canaã a conquistar, somos um povo de todas as tribos, línguas e nações e temos milhões de Moisés e de juízes sobre nós, que são os nossos líderes na Igreja.

Estas pessoas não são perfeitas, como Moisés também não era, mas as direções que elas traçam devem ser seguidas, pois são dadas por DEUS como estratégia para conquistarmos a terra prometida.

E quando tais direções não forem dadas por DEUS, mas forem fruto da inexperiência e das imperfeições da alma do líder, o que fazer?

Quando alguma direção for flagrantemente contrária a Palavra de DEUS é porque Ele não deu tal direção ao líder. Neste caso, sendo contrária a Palavra, o liderado precisará apontar a Palavra como direção e isto por si só deverá demover o líder de seu erro e faze-lo retornar ao caminho da liderança segundo o SENHOR.

Se isto não ocorrer, é melhor o liderado pedir a benção para continuar a caminhada sob o cajado de outro Moisés, uma vez que, como já foi dito, são inúmeros os líderes no tempo na Igreja.

O problema está em reconhecer quando uma direção é flagrantemente contrária a Palavra de DEUS. Só a profunda comunhão obtida pela oração com jejum – para anular a força da alma – é que poderá revelar ao coração do homem a vontade de DEUS pra ele num dado caso concreto. Não devemos esquecer que se o líder pode estar suscetível ao comando de sua alma, muito mais o liderado está sujeito à mesma suscetibilidade. É muito mais comum um liderado estar sendo enganado por seu próprio coração do que um líder, muito embora isto possa acontecer tanto com um, como com o outro.

Quando, porém, a direção parece não ser a ideal, mas não é flagrantemente contrária a palavra, ou seja, ela não é a mais correta segundo o entendimento do liderado, mas também não é contrária a Palavra de DEUS, penso que a direção deve ser seguida tantas vezes quantas sejam necessárias para constranger o líder pelo amor. Uma das formas de amar é caminhar com alguém mesmo que esta pessoa esteja na direção errada. Jesus nos ensinou isto caminhando na direção errada com dois dos discípulos, por quase onze quilômetros, até que a visão de ambos se desembaraçasse (Lc 24:32). Pode ser preciso caminhar com o líder no caminho que este considera correto – ainda que não seja o ideal –, e isto até que ele compreenda o equívoco e volte para Jerusalém, totalmente convicto.

Por fim, submissão é não murmurar, é admitir que o líder não é infalível, mas admitir que todos somos falíveis, que alguém há de liderar a maioria e que a escolha cabe a DEUS e não aos homens. Submissão é cobrir a nudez do líder se ela ocorrer, como fizeram Sem e Jafé na ocasião em que Noé, o escolhido de DEUS, pecou. Submissão é orar pelo líder, é pedir que DEUS trabalhe moldando suas imperfeições e é apontar-lhe a Palavra sempre que, tendo a certeza de estar andando no espírito, for esta a direção mais acertada.

Por fim, submissão é uma prática e não um discurso, portanto, que DEUS, em sua infinita misericórdia, tenho paciência conosco e nos leve a nos apegar com firmeza a estas verdades já conhecidas (Hb 2:1) e a converter em ações tudo quanto agora o ESPÍRITO SANTO nos ensina em palavra.

Amém.

Obs.: Não deixe de meditar nos versículos citados.


terça-feira, fevereiro 19, 2008

Expandindo Limites

Alguns cristãos se perguntam porque não conseguem viver uma vida abundante e porque ainda estão tão inclinados a errar o alvo.

Penso que o Espírito Santo me disse algo nesta manhã sobre este assunto.

Quando Jesus foi perguntado por um doutor na lei sobre qual era o grande mandamento (Mt 22:36), Ele expôs o que seriam os dois mais importantes mandamentos. O primeiro é amar a DEUS de todo o coração, alma e pensamento e o segundo amar ao próximo como a si mesmo.

Por outro lado, vemos na carta de Tiago (1:14) que o homem é tentado por sua própria concupiscência interior, que o atrai e seduz e vemos no Evangelho de Lucas (6:45) que “o homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal” e em Marcos 7:21 que “do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios”.

Aqui se estabelece um contra-senso. O homem deve amar a DEUS de todo o seu coração, mas de dentro deste mesmo coração saem toda sorte de malignidades. Se o coração de um homem emana maus pensamentos, adultérios, prostituições e homicídios, é óbvio que tal homem não ama a DEUS de todo o coração. Parte do coração ama a DEUS e parte do coração ama as obras das trevas.

Este homem tem o coração dividido, como o coração do povo de Israel que foi descrito em Oséias 10: 1 a 3:

1 ISRAEL é uma vide estéril que dá fruto para si mesmo; conforme a abundância do seu fruto, multiplicou também os altares; conforme a bondade da sua terra, assim, fizeram boas as estátuas.
2 O seu coração está dividido, por isso serão culpados; o SENHOR demolirá os seus altares, e destruirá as suas estátuas.
3 Certamente agora dirão: Não temos rei, porque não tememos ao SENHOR; e o rei, que faria por nós?

O coração dividido é nota de culpa para o homem e é causa de esterilidade na vida do cristão. A esterilidade atinge todos os aspectos da vida do homem que a ela está sujeito.

Portanto, voltando ao início deste texto, concluímos que a causa de tantos não desfrutarem da abundância do SENHOR é a esterilidade e a causa desta última é o coração dividido do homem, que ama ao SENHOR, mas não de acordo com o mais importante e todo inclusivo mandamento da Palavra de Deus, que é amá-lo de todo o coração.

Para romper com este ciclo vicioso e passar a agradar a DEUS e desfrutar de suas promessas é preciso limpar o coração (Tg 4:8) de todo interesse pelas obras infrutíferas das trevas, devotando todo o coração ao SENHOR.

A pergunta é: como fazer isso?

Há quem já tenha tentado de tudo ao seu alcance para limpar o coração e ainda assim continua vendo em sua vida as mesmas obras, como Paulo, que via em seus membros um comportamento ao inverso do que ele cria e desejava em seu homem interior (Rm 7:23).

O SENHOR falou-me quanto ao ser limpo, que não é o homem que se limpa para entrar na presença de DEUS, mas é o SENHOR que limpa o homem de sua imundícia, como em Lucas 5:12 e13:

12 E aconteceu que, quando estava numa daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me.
13 E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele.

Porém, se é DEUS quem nos limpa e se Ele quer nos ver limpos e com alvas vestes em sua presença, porque é que Ele não nos limpa a todos imediatamente e no momento que nos convertemos? Porque DEUS parece nos limpar de alguns pecados e de outros não e porque somos libertos da prática de determinados pecados imediatamente enquanto que outras práticas parecem resistir por longo tempo em nossas vidas?

A resposta, sem dúvida, está na reciprocidade. A reciprocidade de Deus é a garantia de que teremos sempre respeitada a nossa condição de seres feitos a imagem e semelhança de dEle. É que DEUS nos fez como Ele, com livre arbítrio, podendo decidir o que vamos receber e que não vamos receber de nosso entorno. Se DEUS intervisse na vida do homem para fazer nele aquilo pelo qual o homem não pagou preço algum e nem sequer decidiu verdadeiramente que deseja, então DEUS terá invalidado na vida deste homem o seu livre arbítrio e teria feito deste homem alguém distinto de Si mesmo, rompendo com a semelhança entre o Criador e a criatura humana.

DEUS é, para conosco, recíproco. Isto significa que embora Ele possa fazer qualquer coisa, fará todas as coisas em nossa vida na proporção direta de nossa busca e de nosso desejo ardente.

É aí que entram os limites e o nosso dever de removê-los.

A Bíblia diz que nosso coração é uma terra (Mt 13:19) e se emana desta terra tanto o amor a DEUS como o amor pelas coisas terrenas é porque esta terra está dividida e há um limite entre a parte que se devota a DEUS e a parte que presta culto às coisas do mundo.

Este limite precisa ser removido e o território que ainda não ama a DEUS precisa ser conquistado, para que tal homem ama a DEUS de todo o coração.

Quais são, pois, objetivamente, estes limites?

Penso que os limites que precisam ser removidos são os limites que nos impomos na oração, no jejum, na adoração, nos votos, nas ofertas, no estudo e meditação da Palavra, no serviço (amor prático) em prol de nossos irmãos, na intercessão pelos perdidos, no esforço para demonstrarmos de forma prática a fé que professamos, etc.

Pergunte-se agora qual foi o maior tempo que Você passou orando ou jejuando. Independente da resposta, é fato, e Você concordará, que se tivesse orado mais e jejuado mais teria obtido respostas mais eficazes do Céu. Se todos concordamos que devemos orar e jejuar mais, porque não o fazemos?

A resposta é porque nós nos impomos limites. A carne, ou seja, o corpo e a alma insubmissos, impõe ao nosso ser um limite às atividades espirituais como que dizendo: “nós só agüentamos até aqui...”.

É preciso desafiar estes limites!

Precisamos fazer o que nunca foi feito, orar como nunca oramos, jejuar como nunca jejuamos, meditar como nunca meditamos, servir como nunca servimos, para que venhamos obter do SENHOR, pela sua reciprocidade, uma mudança interior que até aqui nunca vivenciamos.

É preciso se perguntar quais os nossos limites espirituais e é preciso programar (e cumprir) um cronograma de desafios a estes limites.

O leproso de Lucas 5: 12 e 13 rompeu com um limite pessoal ao se prostrar diante de JESUS, ao crer que Ele poderia libertar-lhe da lepra e a rogar a JESUS.

Quais sãos os seus limites? Que restrições Você permitiu que a sua carne impusesse à sua busca espiritual?

Se Você já sabe quais são estes limites, desafie-os. Expanda seus limites!