terça-feira, fevereiro 19, 2008

Expandindo Limites

Alguns cristãos se perguntam porque não conseguem viver uma vida abundante e porque ainda estão tão inclinados a errar o alvo.

Penso que o Espírito Santo me disse algo nesta manhã sobre este assunto.

Quando Jesus foi perguntado por um doutor na lei sobre qual era o grande mandamento (Mt 22:36), Ele expôs o que seriam os dois mais importantes mandamentos. O primeiro é amar a DEUS de todo o coração, alma e pensamento e o segundo amar ao próximo como a si mesmo.

Por outro lado, vemos na carta de Tiago (1:14) que o homem é tentado por sua própria concupiscência interior, que o atrai e seduz e vemos no Evangelho de Lucas (6:45) que “o homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal” e em Marcos 7:21 que “do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios”.

Aqui se estabelece um contra-senso. O homem deve amar a DEUS de todo o seu coração, mas de dentro deste mesmo coração saem toda sorte de malignidades. Se o coração de um homem emana maus pensamentos, adultérios, prostituições e homicídios, é óbvio que tal homem não ama a DEUS de todo o coração. Parte do coração ama a DEUS e parte do coração ama as obras das trevas.

Este homem tem o coração dividido, como o coração do povo de Israel que foi descrito em Oséias 10: 1 a 3:

1 ISRAEL é uma vide estéril que dá fruto para si mesmo; conforme a abundância do seu fruto, multiplicou também os altares; conforme a bondade da sua terra, assim, fizeram boas as estátuas.
2 O seu coração está dividido, por isso serão culpados; o SENHOR demolirá os seus altares, e destruirá as suas estátuas.
3 Certamente agora dirão: Não temos rei, porque não tememos ao SENHOR; e o rei, que faria por nós?

O coração dividido é nota de culpa para o homem e é causa de esterilidade na vida do cristão. A esterilidade atinge todos os aspectos da vida do homem que a ela está sujeito.

Portanto, voltando ao início deste texto, concluímos que a causa de tantos não desfrutarem da abundância do SENHOR é a esterilidade e a causa desta última é o coração dividido do homem, que ama ao SENHOR, mas não de acordo com o mais importante e todo inclusivo mandamento da Palavra de Deus, que é amá-lo de todo o coração.

Para romper com este ciclo vicioso e passar a agradar a DEUS e desfrutar de suas promessas é preciso limpar o coração (Tg 4:8) de todo interesse pelas obras infrutíferas das trevas, devotando todo o coração ao SENHOR.

A pergunta é: como fazer isso?

Há quem já tenha tentado de tudo ao seu alcance para limpar o coração e ainda assim continua vendo em sua vida as mesmas obras, como Paulo, que via em seus membros um comportamento ao inverso do que ele cria e desejava em seu homem interior (Rm 7:23).

O SENHOR falou-me quanto ao ser limpo, que não é o homem que se limpa para entrar na presença de DEUS, mas é o SENHOR que limpa o homem de sua imundícia, como em Lucas 5:12 e13:

12 E aconteceu que, quando estava numa daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me.
13 E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele.

Porém, se é DEUS quem nos limpa e se Ele quer nos ver limpos e com alvas vestes em sua presença, porque é que Ele não nos limpa a todos imediatamente e no momento que nos convertemos? Porque DEUS parece nos limpar de alguns pecados e de outros não e porque somos libertos da prática de determinados pecados imediatamente enquanto que outras práticas parecem resistir por longo tempo em nossas vidas?

A resposta, sem dúvida, está na reciprocidade. A reciprocidade de Deus é a garantia de que teremos sempre respeitada a nossa condição de seres feitos a imagem e semelhança de dEle. É que DEUS nos fez como Ele, com livre arbítrio, podendo decidir o que vamos receber e que não vamos receber de nosso entorno. Se DEUS intervisse na vida do homem para fazer nele aquilo pelo qual o homem não pagou preço algum e nem sequer decidiu verdadeiramente que deseja, então DEUS terá invalidado na vida deste homem o seu livre arbítrio e teria feito deste homem alguém distinto de Si mesmo, rompendo com a semelhança entre o Criador e a criatura humana.

DEUS é, para conosco, recíproco. Isto significa que embora Ele possa fazer qualquer coisa, fará todas as coisas em nossa vida na proporção direta de nossa busca e de nosso desejo ardente.

É aí que entram os limites e o nosso dever de removê-los.

A Bíblia diz que nosso coração é uma terra (Mt 13:19) e se emana desta terra tanto o amor a DEUS como o amor pelas coisas terrenas é porque esta terra está dividida e há um limite entre a parte que se devota a DEUS e a parte que presta culto às coisas do mundo.

Este limite precisa ser removido e o território que ainda não ama a DEUS precisa ser conquistado, para que tal homem ama a DEUS de todo o coração.

Quais são, pois, objetivamente, estes limites?

Penso que os limites que precisam ser removidos são os limites que nos impomos na oração, no jejum, na adoração, nos votos, nas ofertas, no estudo e meditação da Palavra, no serviço (amor prático) em prol de nossos irmãos, na intercessão pelos perdidos, no esforço para demonstrarmos de forma prática a fé que professamos, etc.

Pergunte-se agora qual foi o maior tempo que Você passou orando ou jejuando. Independente da resposta, é fato, e Você concordará, que se tivesse orado mais e jejuado mais teria obtido respostas mais eficazes do Céu. Se todos concordamos que devemos orar e jejuar mais, porque não o fazemos?

A resposta é porque nós nos impomos limites. A carne, ou seja, o corpo e a alma insubmissos, impõe ao nosso ser um limite às atividades espirituais como que dizendo: “nós só agüentamos até aqui...”.

É preciso desafiar estes limites!

Precisamos fazer o que nunca foi feito, orar como nunca oramos, jejuar como nunca jejuamos, meditar como nunca meditamos, servir como nunca servimos, para que venhamos obter do SENHOR, pela sua reciprocidade, uma mudança interior que até aqui nunca vivenciamos.

É preciso se perguntar quais os nossos limites espirituais e é preciso programar (e cumprir) um cronograma de desafios a estes limites.

O leproso de Lucas 5: 12 e 13 rompeu com um limite pessoal ao se prostrar diante de JESUS, ao crer que Ele poderia libertar-lhe da lepra e a rogar a JESUS.

Quais sãos os seus limites? Que restrições Você permitiu que a sua carne impusesse à sua busca espiritual?

Se Você já sabe quais são estes limites, desafie-os. Expanda seus limites!