quinta-feira, março 16, 2006

Já Era a Força do Pecado

Aprendemos desde pequenos que nossas más ações devem ser por nós repelidas por temor do castigo. Quando recebemos o senhorio de Jesus Cristo em nossas vidas, na maioria das vezes, continuamos com a mesma estrutura de pensamentos, achando que o pecado deve ser repelido unicamente porque o seu cometimento atrai o castigo de Deus.

É verdade que o pecado atrai o castigo de Deus, como consta em Mateus 25:46: E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna, no entanto, é preciso prestar atenção para o fato de que o castigo é para os que recusaram a salvação dAquele que se fez pecado por nós e levou sobre Si o nosso castigo.

A Palavra de Deus nos diz em I Coríntios 15:56 que a força do pecado é a lei. Isto significa que o pecado tem um poder de compulsão na vida humana, levando o homem a errar o alvo. Este poder se baseia na lei, pois o objetivo do pecado é transgredir a lei. Ocorre que em Romanos 6:14 Deus nos diz em sua Palavra: Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça. Ora, se a lei não tem mais império sobre nós, o pecado que nela se baseia também não! Glória a Deus!

Imagine que alguém sobre quem repousa todo o poder humano em nosso país (na hipótese de existir tal pessoa) dissesse que você não precisa mais cumprir o Código Brasileiro de Trânsito. Você poderá cumprir com o que espera a lei de trânsito, no entanto, se a descumprir, não haverá pena alguma. A partir daí a pena, que é o castigo, também não tem poder sobre você, pois a pena é estabelecida na lei e a lei não mais impera sobre a sua vida. Agora imagine aquela voz interior que deseja nos ver ofendendo a lei; esta voz simboliza o pecado. Porque está voz diria pra você descumprir a lei se o objetivo de descumpri-la – que é receber a pena – não pode mais te atingir?

Esta é a nossa posição: não podemos mais receber uma penalidade que foi imposta a Cristo em nosso lugar! Logo, estamos livres da lei e livres do castigo. Então, porque nós cumpriríamos a lei? Não cumprimos a lei por causa do castigo, mas pelo fato de que reconhecemos que a lei é o certo e em nós repousa o Espírito de Deus, que nos faz andar somente em acerto. Ele nos faz andar como Ele andou e Ele não andará senão segundo a norma que enviou aos homens para cumprir.

Aprendemos no Direito que toda norma é composta de dois elementos: a hipótese de incidência e o mandamento. Além disso, há, por trás da norma, um valor humano que atribui juízos de certo a errado ao comportamento humano e uma pena na hipótese de seu descumprimento. Assim, a Lei Divina também suas hipóteses de incidência e um mandamento dizendo FAÇA ou NÃO FAÇA. Se transgredimos o mandamento quando estamos enquadrados na hipótese de incidência, a pena se nos é aplicada.

Jesus nos livrou da maldição da lei, ou seja, o mandamento não nos obriga mais e a pena também não pode mais incidir sobre nós, no entanto, os valores universais que embasam a lei persistem e nós devemos andar irrepreensíveis em relação ao mandamento, não porque lhe devamos obediência, mas porque consideramos os princípios e valores por de trás do mandamento e adoramos Aquele que o estabeleceu.

Este entendimento tem muita utilidade no que se refere a nos livrar do assédio do pecado, que são as tentações que brotam do nosso interior. Devemos CRER nesta verdade: Que o pecado não tem poder sobre nós (Rm 6:14). Conhecer e crer nesta verdade da Palavra de Deus nos liberta da força do pecado de dentro de nós brota para nos afastar da comunhão do Deus em nós, o Espírito Santo.

Não devemos mais permanecer naquele atitude que aprendemos com nossos pais, donde a nossa correção depende do nosso temor pelo castigo, mas devemos passar a uma atitude madura, entendendo que nossa correção (santidade) depende do amor e de nos identificarmos com o Deus que em si mesmo é o princípio e o fundamento de todo o mandamento contido na Sua lei.

Devemos lembrar a todo o momento: EU NÃO ESTOU DEBAIXO DA LEI! A COMPULSÃO PARA ME LEVAR A PECAR NÃO TEM FORÇA SOBRE MIM! Afinal:

Provérbios 11:21 O mau, é evidente, não ficará sem castigo, mas a geração dos justos é livre.