sexta-feira, novembro 11, 2005

O CARÁTER EXCLUDENTE DO AMOR DE DEUS EM RELAÇÃO AO MUNDO

No Evangelho de Marcos, em 12:29-30, o próprio Senhor Jesus, perguntado sobre qual era o maior mandamento, disse:
29 Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!
30 Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força.
É preciso entender, primeiro, o que quer dizer “maior mandamento”. A Palavra de Deus diz aquele que descumpre um mandamento é réu dos demais mandamentos, ou seja, não há graduação da pena na lei divina. Para a lei dos homens há uma escala de punição, ou seja, quanto mais reprovável o crime, mais severa a pena. Na lei divina, há um só ilícito, a desobediência, e portanto todos os tipos de pecado são, em síntese, desobediência; e é por esta primeira que os homens são responsabilizados. A responsabilidade implica em suportar a pena e está é única, a separação de Deus, ou morte.
Portanto, o termo “maior mandamento” não pode significar mandamento mais importante do que todos os demais, mas sim, mandamento no qual estão todos os demais mandamentos. De fato, quem cumpre o primeiro mandamento de todo o seu coração não precisa de outro mandamento, pois qualquer outro é conseqüência do primeiro.
Outro aspecto importante é a norma contida no mandamento. Trata-se de um só mandamento, mas que contém dois núcleos: ouvir e amar.
O primeiro núcleo ordena a que tenhamos um único Deus. Ora, o nosso Deus é único, isto faz parte de Seu caráter, portanto, qualquer pessoa que creia verdadeiramente em Deus, só poderá crer Nele exclusivamente, sem crer em mais ninguém. O mínimo de compreensão espiritual já demonstra que todos os outros que se chamam Deus são, na verdade, demônios a serviço de inimigo de Deus. A chamada para o monoteísmo, contida no versículo 29, é, portanto, mais do que um apelo de exclusividade no que diz respeito a alguém, é, também, uma ordem para atribuir exclusividade a Deus em respeito a todas as demais coisas. Aí o versículo toma um sentido completamente diferente, pois considerar a Deus com exclusão a qualquer outro ser espiritual que se considere um deus é, digamos assim, fácil; o crítico é considerar a Deus superior às nossas coisas, superior ao nosso trabalho, ao nosso estudo, a nossa intelectualidade, aos nossos sentimentos, ao nosso comportamento terreno, a nossa família, aos nossos planos, a nossa vontade, etc. Parafraseando o versículo 29, poderíamos colocar assim: Ouve, ó Igreja, o SENHOR nosso Deus, é o único a exercer governo (senhor) sobre sua vida, nada mais poderá dominar você, exceto o seu Deus!
O segundo núcleo do maior mandamento é amar a Deus de todo o coração, toda a alma, todo entendimento e toda a força. É comum que os crentes interpretem esta ordem como sendo amar a Deus fazendo força. É como dizer pra alguém que ele deve dar um abraço em seu pai, no entanto, o abraço precisa ser o mais apertado, porque isto significa o amor. É óbvio que não podemos medir o amor pelo aperto do abraço e, da mesma forma, não podemos medir o amor a Deus pela força interior que fazemos para amá-Lo. O “amar de todo o coração, entendimento, alma e força” tem outro significado e, para entendê-lo, é necessário analisar outro mandamento, que é, em síntese, o mesmo mandamento de Mc 12:29-30, mas que consta da Palavra noutro lugar. Trata-se de 1 Jo 2:15-16:
Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.
Analisando os versículos de Mc 12:29-30 e 1 Jo 2:15-16, vemos que há, aqui, um único mandamento que seria assim sintetizado: Use toda a capacidade de seu homem interior (coração), de seus sentimentos e intelecto (alma) e toda a sua força física (força) para amar a Deus, não deixando nada para o mundo!
O amor a Deus pregado em Mc 12 é, portanto, excludente; não aceita que o homem use sua “fonte de amor” para, ao mesmo tempo, amar a Deus e as coisas deste mundo, pois estas últimas estão a serviço de seu príncipe, o diabo.
Devemos lembrar ainda que Jesus pregou o “maior mandamento” a um jovem Judeu no momento anterior a sua glorificação sacrificial na cruz. O mesmo “maior mandamento” é repetido, após a obra da cruz, no livro de 1 Jo, 3:23, e diz:
Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.
O que muda aqui é só a perspectiva, pois o mandamento é o mesmo. Ademais, o que eram dois mandamentos em Mc 12 – amar a Deus sendo o primeiro mandamento e amar ao próximo sendo o segundo mandamento – agora, em 1 Jo 3:23, torna-se um único mandamento indivisível: crer em Jesus e nos amarmos uns aos outros. A riqueza da união destes dois preceitos num único é matéria para um próximo estudo. Em Cristo.

DESLIGANDO OS SENTIDOS E ENCONTRANDO O CRIADOR

Se existe uma certeza universal, é a de que o homem, em todos os lugares e em todas as épocas, buscou o seu Criador. Os que se dizem ateus inclusive, pois a sua descrença é fruto de uma busca frustrada que, não obstante, em algum momento ocorreu.

O argumento protestante de que a busca que o homem promove em relação a Deus prescinde de intermediários – como os santos ou os anjos – é fundada em dezenas de versículos bíblicos que, intercomunicados num sistema, demonstraram a mais absoluta aversão do texto sagrado ao que se denomina idolatria.

Muito embora a argumentação bíblica seja retumbante e insuperável por qualquer entendimento que emane da própria Bíblia, é comum encontrar aqueles que o renegam solenemente, preferindo crer no objeto de sua preferência.

É justamente a preferência, o gosto, a satisfação pelo suposto contato espiritual através dos sentidos – marcadamente a visão e o tato – que os protestantes ignoram quando buscam convencer o idólatra que sua opção e equivocada e auto-condenatória.

Aquele que se prostra diante de um ídolo que pode ser visto, tocado e beijado, tem prazer em contatar o mundo espiritual através de uma experiência sensorial. Tira-lhe esta possibilidade e convidá-lo a comunicar-se com Deus diretamente, sem contato visual com nada que represente este Deus, é o mesmo que pedir a esta pessoa que ela fale sozinha.

Pedir a alguém para dirigir uma prece a um santo, a um anjo, ou outra entidade espiritual qualquer não é difícil, pois tal pedido coincide com as preferências do homem natural. É o mesmo que convidá-lo para um banquete onde só há comidas de sua preferência.

Ao contrário, pedir a alguém para dirigir uma prece a Deus de olhos fechados, com o pensamento posto no intangível, é bem difícil, e isto porque o homem natural rejeita desligar os sentidos de que foi dotado para acessar a Deus.

Convencer alguém a se abster dos cinco sentidos durante a comunicação com Deus é cobrar desta pessoa a sua total dependência durante o sublime contato com o Criador. Por razões que remetem à experiência de Adão no Éden, o homem impõe a Deus a sua independência neste mundo, ainda que não o perceba. Cada indivíduo, por mais débil que seja sua situação, insiste em controlar o seu destino e não abdicar de poder decidir o que é o bem e o mal por si mesmo.

Ao nos desligarmos de nossos sentidos durante o contato com Deus, nos removemos à condição que tínhamos Nele antes de nossa criação. Se somos eternos no passado e no futuro e se os nossos cinco sentidos nos acompanharão somente durante esta jornada natural e terrena, é plausível que Deus nos cobre a dependência Nele e não naquilo que um dia vai perecer como tudo que é material.

Muito embora sejamos todos seres espirituais na origem, Deus nos deu um corpo material e dotou-nos de cinco sentidos para que interagíssemos com o mundo que nos cerca. O contato com o Criador, no entanto, por ser Ele espiritual, continua sendo uma experiência do espírito humano e não do corpo humano por seus sentidos.

Ao escolher o fruto da percepção individual do que seja o bem e o mal, o homem renunciou a dependência de Deus que se operava no espírito humano que, ademais, tornou-se morto. O homem cobrou uma independência quanto ao seu destino na terra e transmudou-se de um ser completo (natural e sobrenatural) para um ser incompleto (meramente natural), dotado de um vazio na parte indetectável de sua constituição, ou seja, o espírito.

A partir daí o homem passou a procurar Deus em sua jornada, pois o havia perdido, e, ignobilmente, usando seus sentidos, como se fosse possível acessar o imaterial através do que é material. Mesmo que o homem não perceba, ele está obstinado a achar a Deus sem prejuízo da independência que obteve e é justamente por isso que é tão difícil convencer um idólatra à comunicar-se com Deus sem uso de suas imagens.

Por isso são chamados de perdidos. Porque algo dentro deles diz que eles devem achar seu criador, no entanto, não sabem quem o é, onde achá-lo, ou como encontrá-lo. Se esta perdição humana ultrapassa a linha divisória da vida terrena, torna-se eterna e é por isso que a situação é tão grave para o que se encontra perdido de seu Pai Celeste.

Aqueles que andaram com Jesus Cristo durante sua passagem terrena, mesmo podendo ver o Deus Eterno na pessoa do Filho, foram desafiados pelo mesmo a um contato extra-sensorial, como quando Jesus repreendeu a Tomé – o maior dos idólatras convertido – que exigia não somente ver a Jesus, como também tocá-lo. Como Jesus estava presente e como desejava ensinar a posteridade que seu corpo era real, permitiu a Tomé tocá-lo, no entanto, disse: Bendito os que não viram e creram!

A posição de Jesus no episódio muito nos ensina como falar ao idólatra. Primeiramente com amor, porém, sem deixar de admoestá-lo, demonstrando-lhe as conseqüências eternas de seu erro, caso não haja arrependimento. É bom lembrar que em homem convencido contra a vontade conserva sempre a posição anterior.

Quanto aos que ainda não renegaram as formas sensitivas de contato com Deus, devem abster-se de suas vontades egoísticas para reparar no Deus que tão amorosamente os chama. Quanto aos que já buscam a Deus sem o intermédio de imagens e ritos, porém ainda não crucificaram sua vontade egocêntrica, devem lançar fora toda forma de idolatria interior, inclusive a Egolatria, que é a forma mais comum de idolatria, presente tanto nos pagãos como em alguns devotos cristãos evangélicos.

É comum o idólatra revoltar-se com os comentários que se faz em relação à sua prática e, quando tais comentários partem de uma atitude acusadora e julgadora – que a ninguém compete, senão a Deus – tem razão o idólatra de sentir-se ofendido, ao menos quanto à forma como é julgado e acusado. No entanto, ao falar brandamente, com amor e humildade sobre o destino que o espera, não se estará acusando o idólatra e sim buscando poupá-lo do que se acredita ser um tormento eterno. Tal atitude, em si mesma, não o ofende e nem o acusa; é a própria consciência do idólatra que o acusa.

Assim, para ver a Deus é necessário desligar-se dos sentidos e procurá-lo com o interior, porque Jesus disse que aquele que (O) procura, encontra (Mt 7:7).

LIBERTOS DO EGITO E DA ASSÍRIA

O livro do profeta Oséias tem uma passagem que revela um importante princípio da Palavra de Deus. Está em Os 11:5: Não voltarão para a terra do Egito, mas o assírio será seu rei, porque recusam converter-se.

Nesta passagem, o profeta Oséias profetiza uma dura mensagem ao Reino do Norte, Israel – também chamado de Efraim – desde o capítulo 4. No capítulo 11, antes de o SENHOR anunciar a restauração do seu povo, Ele diz, por seu profeta, que atraiu o povo com “cordas humanas” e “laços de amor”. Isto, de certa forma, nos faz lembrar o Apóstolo Paulo quando diz, em Ef 3:1, que é prisioneiro de Cristo por amor aos gentios.

Nós, que somos propriedade de Cristo, vivemos a vida Dele conquistada na ressurreição, por isso, não damos lugar à carne e à vida da alma, de forma que esta última é prisioneira em nós. A vida da alma, não podendo manifestar-se em nós por causa mortificação – que é, sendo vivo, assumir o caráter do que está morto – permanece latente em nós e prisioneira até o dia de nossa redenção, quando iremos ascender ao céu como o nosso Senhor ascendeu.

Voltando ao texto de Os 11:5, é preciso contextualizá-lo para compreender o princípio ali estabelecido. Para tanto, devemos consultar I Rs 17, que conta a cerca de outro Oséias, este Rei de Israel que reinou em Samaria entre 732 e 722 a.C. No reinado de Oséias Israel passou a serva da nação Assíria e o próprio rei foi feito prisioneiro. A partir do versículo 7 do capítulo 17 é relatado o porquê de Efraim sucumbir diante de seus inimigos. O motivo foi o pecado. Dentre os pecados praticados pelo povo de Israel, estavam, inclusive, o sacrifício de seus filhos à Baal, dentro de um contexto de profunda idolatria.

A segunda parte do versículo revela que o povo não queria se converter, ou seja, que recusava guinar seu procedimento, passando a andar nos caminhos do seu Deus. A resistência do povo em converter-se é a causa, então, de o rei assírio passar a governar o israelitas. A Assíria vivia um momento de império, ou seja, tudo o que o mundo decaído representou no império babilônico e que no futuro representaria nos impérios medo-persa e romano, estavam sob o reinado assírio.

O “mundo”, que o diabo prometeu dar a Jesus em troca de adoração (Mc 4:8) e que já está julgado, conforme Jesus afirmou (Jo 12:31), estava representado pelo Império Assírio. O Egito, por sua vez, representava o domínio do pecado para o povo de Israel. A diferença está no fato de que no Egito o povo não havia sido resgatado da maldição e não havia sacrifício pelos pecados, que só foi instituído no ministério de Moisés e Aarão.

Construindo um paralelo com os dias de hoje, vemos que o povo de Israel no tempo do Oséias é a Igreja de hoje que se recusa a lavar suas vestes no sangue no Cordeiro, que anda obstinada sacrificando a ídolos como o ego, o materialismo e a religião.

O SENHOR disse que eles não voltariam ao Egito, mas seriam governados pela Assíria. Israel, muito embora estivesse em pecado, tinha obtido uma identidade nacional. Eles tinham uma terra, um povo, um governo e eram chamados pelo Nome do Senhor. Isto Deus não tiraria deles, no entanto, lhes colocaria sob tributo da Assíria, tendo tais coisas, mas não podendo desfrutar delas. Os povos tributados daquele tempo tinham um governo relativo, pois o governante da nação que os tributava mandava nos destinos do povo tributado. Na verdade, para uma nação que perdia a guerra, viver tributada era a opção para não ser totalmente dizimada e também uma forma da nação dominante impor um jugo sobre seus vencidos.

Tudo o que o mundo representava, e que hoje igualmente representa: domínio político, econômico, cultural e religioso, eram exercidos pela Assíria em relação aos seus conquistados. O povo de Israel, por ter se negado a se converter, ficou debaixo de uma dominação do mundo, servindo à este. Isto não significava perder sua condição de povo – voltando ao Egito – mas significava não gozar das promessas de Deus, mesmo que fossem chamados Seu povo.

Nos dias de hoje não é diferente, pois aqueles crentes que se recusam a converter seus caminhos, passando de um cristianismo nominal para um relacionamento íntimo e santo com Deus, não voltam ao Egito assumindo velhas práticas e continuam reconhecidos como cristãos, no entanto, passam ao governo do “mundo”, vivendo nos padrões políticos, econômicos, culturais e religiosos de hoje, privados das promessas para as quais foram conquistados pelo sangue de Jesus.

Quem resiste ao chamado de Deus para uma vida consagrada, acaba servo deste mundo, ainda que não volte exatamente aos padrões do Velho Egito. Fomos chamados para constituirmos um povo separado para o SENHOR, portanto, devemos nos render totalmente e atender ao clamor do Espírito por santidade total em nossas vidas. Isto não só confirmará nossa vitória sobre o Egito, como nos livrará da Assíria, ou seja, não só nos livrará do mundo como ele era para nós antes de nossa decisão por Cristo, como nos livrará do mundo com ele é hoje, com seus apelos e sua concupiscência que tanto tem desviado nossos irmãos.

DESPOJANDO AS RIQUEZAS DO MUNDO

Introdução: Os dízimos e as ofertas são meios previstos na Palavra de Deus para assegurar um dado fim: a conversão das riquezas. A visão de retribuição de dar dízimos e ofertas e receber bênçãos financeiras é só uma parte do intento de Deus e, creio, a parte menos importante. A mais importante é despojar o inimigo das riquezas e dedicá-las a Deus.

1. AS RIQUEZAS DO MUNDO:
Foram criadas por Deus e constituem Sua propriedade:
Salmos 89:11 Teus são os céus, tua, a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste.

Foram entregues por Deus a Adão para administrá-las:
Gn 1:26 - Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.
Foram corrompidas e amaldiçoadas e caíram nas mãos de Satanás por causa do pecado de Adão:
Gn 3:17 E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida.
Jo 8:34 Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado.
Rm 6:16 Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça?
I Jo 5:19 Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno.
Estão inseridas no mundo, que está julgado, assim como seu príncipe, que é Satanás:
Jo 12:31 Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso.
João 16:11 do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.
Aguardam o resgate de Deus:
Rm 8:19-21 A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. 20 Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, 21 na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Serão rendidas ao Senhor Jesus:
Apocalipse 5:11-12 Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, 12 proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.
Enquanto o resgate não vem, estão em oposição a Deus:
Mateus 6:24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
Mateus 13:22 (...) a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.
Marcos 10:23-24 Então, Jesus, olhando ao redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! 24 Os discípulos estranharam estas palavras; mas Jesus insistiu em dizer-lhes: Filhos, quão difícil é para os que confiam nas riquezas entrar no reino de Deus!

E todas tem origem iníqua, mesmo decorrendo do trabalho dos santos:
Lucas 16:9 E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos.
Tiago 5:2 As vossas riquezas estão corruptas, e as vossas roupagens, comidas de traça;


2. JESUS TEM OUTRAS RIQUEZAS PARA OS SANTOS:
Lucas 16:11 Se, pois, não vos tornastes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?
Efésios 3:8 A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo
Hebreus 11:26 porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão.

3. OS DESPOJOS:
No tempo do Velho Testamento eram as riquezas tomadas na guerra, de um reino inimigo, e trazidos ao Reino de Israel para dedicação ao Templo do Senhor:
I Cr 26:27 Este Selomite e seus irmãos tinham a seu cargo todos os tesouros das coisas consagradas que o rei Davi e os chefes das famílias, capitães de milhares e de centenas e capitães do exército tinham dedicado; 27 dos despojos das guerras as dedicaram para a conservação da Casa do SENHOR,
II Cr 28:20-22 Veio a ele Tiglate-Pileser, rei da Assíria; porém o pôs em aperto, em vez de fortalecê-lo. 21 Porque Acaz tomou despojos da Casa do SENHOR, da casa do rei e da dos príncipes e os deu ao rei da Assíria; porém isso não o ajudou. 22 No tempo da sua angústia, cometeu ainda maiores transgressões contra o SENHOR; ele mesmo, o rei Acaz.

Hoje, são as riquezas que despojamos do reino de trevas e trazemos ao reino de luz:
Cl 1:13 Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor,

4. COMO DESPOJAR O REINO DAS TREVAS, O MUNDO, EM FAVOR DO REINO DE DEUS?
Não se pode enviar o dinheiro para fora do mundo, apenas trazê-lo com você. Para despojar o inimigo você precisa, primeiro, vir do mundo para o Reino de Deus e, em segundo lugar, trazer consigo os despojos. Dois exemplos na Bíblia, um no VT e dois no NT:
Ex 3:21-22 Eu darei mercê a este povo aos olhos dos egípcios; e, quando sairdes, não será de mãos vazias. 22 Cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda jóias de prata, e jóias de ouro, e vestimentas; as quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis os egípcios. Eu darei mercê a este povo aos olhos dos egípcios; e, quando sairdes, não será de mãos vazias. 22 Cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda jóias de prata, e jóias de ouro, e vestimentas; as quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis os egípcios.
Ex 10:24-26 Então, Faraó chamou a Moisés e lhe disse: Ide, servi ao SENHOR. Fiquem somente os vossos rebanhos e o vosso gado; as vossas crianças irão também convosco. 25 Respondeu Moisés: Também tu nos tens de dar em nossas mãos sacrifícios e holocaustos, que ofereçamos ao SENHOR, nosso Deus. 26 E também os nossos rebanhos irão conosco, nem uma unha ficará; porque deles havemos de tomar, para servir ao SENHOR, nosso Deus, e não sabemos com que havemos de servir ao SENHOR, até que cheguemos lá.
Ex 12:30-36 Levantou-se Faraó de noite, ele, todos os seus oficiais e todos os egípcios; e fez-se grande clamor no Egito, pois não havia casa em que não houvesse morto. 31 Então, naquela mesma noite, Faraó chamou a Moisés e a Arão e lhes disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; ide, servi ao SENHOR, como tendes dito. 32 Levai também convosco vossas ovelhas e vosso gado, como tendes dito; ide-vos embora e abençoai-me também a mim. 33 Os egípcios apertavam com o povo, apressando-se em lançá-los fora da terra, pois diziam: Todos morreremos. 34 O povo tomou a sua massa, antes que levedasse, e as suas amassadeiras atadas em trouxas com seus vestidos, sobre os ombros. 35 Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés e pediram aos egípcios objetos de prata, e objetos de ouro, e roupas. 36 E o SENHOR fez que seu povo encontrasse favor da parte dos egípcios, de maneira que estes lhes davam o que pediam. E despojaram os egípcios.
Mc 12:41-44 Assentado diante do gazofilácio, observava Jesus como o povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos depositavam grandes quantias. 42 Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante. 43 E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. 44 Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento (bios – no grego, vida em sentido amplo).
II Co 8: 3-5 Porque eles (irmãos da Macedônia), testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, 4 pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos. 5 E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus;

5. COMO UTILIZAR OS DESPOJOS DO MUNDO:
Há duas formas de utilizar os despojos que retiramos do mundo. Para construir o Tabernáculo ou um bezerro de ouro:
Ex 25: 1-8 Disse o SENHOR a Moisés: 2 Fala aos filhos de Israel que me tragam oferta; de todo homem cujo coração o mover para isso, dele recebereis a minha oferta. 3 Esta é a oferta que dele recebereis: ouro, e prata, e bronze, 4 e estofo azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de cabra, 5 e peles de carneiro tintas de vermelho, e peles finas, e madeira de acácia, azeite para a luz, especiarias para o óleo de unção e para o incenso aromático, 7 pedras de ônix e pedras de engaste, para a estola sacerdotal e para o peitoral. 8 E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles.
Ex 32:2-4 Disse-lhes Arão: Tirai as argolas de ouro das orelhas de vossas mulheres, vossos filhos e vossas filhas e trazei-mas. 3 Então, todo o povo tirou das orelhas as argolas e as trouxe a Arão. 4 Este, recebendo-as das suas mãos, trabalhou o ouro com buril e fez dele um bezerro fundido. Então, disseram: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito.
Ex 32: 19-20 Logo que se aproximou do arraial, viu ele o bezerro e as danças; então, acendendo-se-lhe a ira, arrojou das mãos as tábuas e quebrou-as ao pé do monte; 20 e, pegando no bezerro que tinham feito, queimou-o, e o reduziu a pó, que espalhou sobre a água, e deu de beber aos filhos de Israel.

A VONTADE DE DEUS

Estudos como este contém apenas uma sucessão de versículos bíblicos antecedidos por um título e/ou um subtítulo que rvelam uma organização temática do assunto. Este estudo em específico trata da vontade de Deus.

1. A VONTADE DE DEUS
Deus faz a Sua vontade no Céu
Mt 6:10 ... faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;

A Criação de Deus advém de sua vontade
Apocalipse 4:11 Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.
Tiago 1:18 Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.

Deus tem uma vontade suprema, vontades gerais e vontades específicas
Vontade Suprema
Mt 18:14 Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos.
João 6:40 De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
Vontades Gerais
Colossenses 4:12 ... para que vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de Deus.
1 Ts 4:3 Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição;
1 Ts 5:18 Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
1 Pedro 2:15 Porque assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos;
Vontades Específicas
Filipenses 2:13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.
Colossenses 1:1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Timóteo,
1 Pedro 3:17 porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal.


2. O HOMEM E A VONTADE DE DEUS
É fazer a vontade de Deus que garante a salvação (obtida pela graça), e não apenas o reconhecê-lo como Senhor
Mt 7:21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Jo 9:31... se alguém teme a Deus e pratica a sua vontade, a este atende.
Hebreus 10:36 Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa.
1 João 2:17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.

Jesus disse que a Sua família é formada não pelos que O reconhecem, mas pelos que fazem a vontade de Deus
Mt 12:50 Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe.


3. A VONTADE HUMANA
A vontade humana nunca almeja coisas espirituais
2 Pedro 1:21 porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.

Devemos reconhecer que nossa vontade conflita com a vontade do Senhor, no entanto, devemos fazer em prejuízo daquela.
Mt 21:28-31 E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. 29 Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. 30 Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi. 31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus.
Mt 26:42 Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.
Jo 6:38 Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou.
1 Pedro 4:2-3 para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus. 3 Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios,
Gálatas 5:17 Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.

A vontade do homem, expressada a Deus em súplica, ainda que com fé, sujeita-se às suas vontades gerais e à sua vontade suprema
1 João 5:14 E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.

Devemos ter uma vontade alinhada a do Espírito Santo, assim como Jesus tinha uma vontade alinhada a do Pai
Jo 6:39 E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu;
Jo 17:24 ... Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste,

Jesus foi entregue ao povo pelo qual Ele deu a vida, portanto, agora, é justo que sejamos nos entregues à Sua vontade
Lc 23:25 Soltou aquele que estava encarcerado por causa da sedição e do homicídio, a quem eles pediam; e, quanto a Jesus, entregou-o à vontade deles.

Nada mais justo que façamos a vontade de Deus, pois nossa existência (espiritual) se deve à Sua vontade e não à vontade da carne ou do homem
Jo 1:13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

Fazer a vontade de Deus e realizar Sua obra tem de ser tão importante para o crente como se alimentar.
Jo 4:31-34 Nesse ínterim, os discípulos lhe rogavam, dizendo: Mestre, come! 32 Mas ele lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis. 33 Diziam, então, os discípulos uns aos outros: Ter-lhe-ia, porventura, alguém trazido o que comer? 34 Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.


4. ALCANÇANDO A VONTADE DE DEUS
A vontade de Deus é boa, perfeita e O agrada. Para experimentá-la é preciso ser transformado. Tal transformação ocorre pela renovação da nossa mente. Tal renovação ocorre a partir da entrega cultual de todas as nossas vontades ao Senhor, como sacrifício vivo
Rm 12:1-2 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

A vontade de Deus deve ser entendida pelo crente através de um entendimento espiritual
Cl 1:9 ... não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;
Colossenses 4:12 Saúda-vos Epafras, que é dentre vós, servo de Cristo Jesus, o qual se esforça sobremaneira, continuamente, por vós nas orações, para que vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de Deus.

Devemos batalhar para absorver a vontade de Deus
Ef 5:17 Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor.

Devemos clamar para que Deus faça a Sua vontade em nosso meio
Mt 6:10 ... faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;

Deus nos ensina a fazer a Sua vontade
Sl 143:10 Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano.

Deus inclina o coração do homem para influenciar a sua vontade, muito embora este mantenha o livre arbítrio
Provérbios 21:1 Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina.
Filipenses 2:13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.

Deus nos aperfeiçoa para fazer a Sua vontade
Hb 13:20-21 Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, 21 vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém!

CURA DOS LÁBIOS

Estudos como este contém apenas uma sucessão de versículos bíblicos antecedidos por um título e/ou um subtítulo que revelam uma organização temática do assunto. Este estudo em específico trata da cura dos nossos lábios.

Salmos 19:14 As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu!

1. Não existem palavras da “boca pra fora”, apenas “palavras do coração”. Falamos aquilo que se passa no nosso homem interior (coração):
Mt 12:34 Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração.
Lucas 6:45 O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração.

2. Palavras são sementes. Palavras más são sementes de erva daninha. Ervas daninhas contaminam a vinha e botam a perder a colheita. O que sai de nossa boca, sendo mau, nos contamina e nos aprisiona:
Mateus 15:11 não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem.
Mateus 15:18 Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem.
3. Não pode supor que está “bem na fé” se ouve de seus próprios lábios torrentes de palavras inconvenientes e imundas:
Tiago 1:26 Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã.
4. As nossas palavras trazem justificação e condenação:
Mateus 12:37 porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado.
Lucas 19:22 Respondeu-lhe: Servo mau, por tua própria boca te condenarei. Sabias que eu sou homem rigoroso, que tiro o que não pus e ceifo o que não semeei;
Eclesiastes 10:12 Nas palavras do sábio há favor, mas ao tolo os seus lábios devoram.
5. O homem é falível e peca, muitas vezes com seu corpo. Mas aquele que se contém quanto ao que fala, é capaz de dominar todo o seu corpo, pois o membro mais difícil de dominar é a língua. Quando se ganha a língua de alguém, se domina o corpo todo:
Tg 3:1-8 Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo. 3 Ora, se pomos freio na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro. 4 Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro. 5 Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva! 6 Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno. 7 Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; 8 a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero.
6. A boca é a fonte do coração. Se da fonte estiver jorrando águas amargas, não poderá jorrar águas doces. Deus não pode usar uma língua de alguém para profetizar se este alguém a usa para amaldiçoar ou murmurar. A pessoa até poderá usar a língua para abençoar, ensinar e elogiar e, ao mesmo tempo, para murmurar, no entanto, Deus só a utilizará quando ela estiver sarada:
Tg 3:9-12 Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. 10 De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. 11 Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? 12 Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce.
Lucas 21:15 porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem.
Romanos 10:8 Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos.
7. As palavras torpes geradas em nosso interior tendem a ser liberadas, o que devemos reter a qualquer custo. :
Ef 4:29 a 5:4 Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. 30 E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. 31 Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia.
8. Quando a ira tomar o nosso interior, devemos reter as palavras que tentarão se liberar, dando graças a Deus em todas as situações, mesmo aquelas situações difíceis e irritadiças onde Ele parece ter nos abandonado:
Ef 5:1-4 Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; 2 e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave. 3 Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos; 4 nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças.
1 Ts 5:18 Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
Hebreus 13:5 Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.
9. Para Deus usar os lábios de alguém é preciso, primeiramente, a cura dos lábios:
Is 6:5-9 Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos! 6 Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; 7 com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado. 8 Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. 9 Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais.
10. Há promessa de dias felizes e ampla satisfação (amar a vida) para aqueles que põe freio à língua:
1 Pedro 3:10 Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente;



O MACHADO DE DEUS

É contado pelo profeta Jeremias, no livro de I Reis, capítulo 6, versículos 1 a 7, que certa vez o profeta Eliseu estava na escola donde eram instruídos os discípulos dos profetas e que um deles veio lhe falar sobre o intento de aumentar o lugar donde viviam, pois já estava muito apertado para comportar a todos. A proposta do discípulo era que, reunidos, fossem cortar madeira às margens do Rio Jordão, madeira esta que seria utilizada para o aumento da construção donde viviam os discípulos dos profetas:
1 Disseram os discípulos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos contigo é estreito demais para nós.
2 Vamos, pois, até ao Jordão, tomemos de lá, cada um de nós uma viga, e construamos um lugar em que habitemos. Respondeu ele: Ide.
Primeiramente o profeta Eliseu ordenou-os que fossem sozinhos, porém, convidado pelo discípulo para ir junto, acatou o convite e foram todos às margens do Rio Jordão cortar madeira:
3 Disse um: Serve-te de ires com os teus servos. Ele tornou: Eu irei.
4 E foi com eles. Chegados ao Jordão, cortaram madeira.
Como Homem de Deus que era dirigido pelo Espírito Santo, certamente Eliseu percebeu que Deus se utilizaria daquela empreitada para proclamar profeticamente a vinda e o ministério de Seu Messias. Os versículos 5 a 7 relatam o que aconteceu em seguida:
5 Sucedeu que, enquanto um deles derribava um tronco, o machado caiu na água; ele gritou e disse: Ai! Meu senhor! Porque era emprestado.
6 Perguntou o homem de Deus: Onde caiu? Mostrou-lhe ele o lugar. Então, Eliseu cortou um pau, e lançou-o ali, e fez flutuar o ferro,
7 e disse: Levanta-o. Estendeu ele a mão e o tomou. O profeta Eliseu
O machado, que era instrumento de trabalho importantíssimo naquela época, havia sido emprestado mui provavelmente porque os que emprestaram não tinham condições de adquiri-lo. Como então pagariam pelo machado perdido? Daí o “ai” e o lamento do discípulo ao profeta, tanto porque estaria comprometida sua tarefa, como porque teria de ressarcir o machado sem ter condições para tanto.
Eliseu prontamente perguntou ao discípulo onde havia caído o machado e é aí que começa o ato profético, ou seja, o momento em que Eliseu, através de um ato aparentemente relacionado às circunstâncias do momento, chama à existência a vida terrena e o ministério do Filho de Deus.
Para entender o ato profético é necessário investigar um momento ocorrido centenas de anos após, qual seja, o batismo de Jesus no mesmo Rio Jordão, que está registrado no evangelho de Mateus, capítulo 3:

5 Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão;
6 e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.
7 Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura?
8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;
9 e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.
10 Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
11 Eu vos batizo com {com; ou em} água, para {para; ou à vista de} arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com {com; ou em} o Espírito Santo e com {com; ou em} fogo.
12 A sua pá, ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível.
13 Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse.
14 Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?
15 Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu.
16 Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele.
17 E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
Na passagem de Mateus, única no Novo Testamento que contém a palavra “machado”, não é coincidência que João Batista afirma que já estava posto o Machado junto à raiz das árvores. O Machado de Deus que já estava na Terra era, obviamente, Jesus e quanto à raiz das árvores tem duas aplicações. Na primeira aplicação o termo “árvores” diz respeito à linhagem judaica e o termo “raiz” diz respeito ao patriarcado de Abraão, tido pelos interlocutores fariseus e saduceus como sua justificação de pecados. A este argumento João adverte que “já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo”, ou seja, a justificativa humana de salvação em função dos frutos do patriarca – a fé, uma vez que Abraão foi justificado por fé – era posta por terra, vigorando a salvação pessoal fundada nos frutos pessoais, frutos estes dignos de arrependimento, como mencionado por João Batista pouco antes (v.8). Deveriam os ouvintes crer por si mesmos para que isto lhes fosse imputado por justificação, não bastando a fé do patriarca. Ademais, tal fé deveria ser viva, ou seja, acompanhada de frutos de arrependimento genuíno. Quem não apresentasse tais frutos seria cortado e jogado no fogo, símbolo de perdição eterna.
Na segunda aplicação “raiz” diz respeito ao coração e “árvores” diz respeito aos homens, portanto, o Machado, que é Jesus, estaria posto aos corações dos homens, sendo cortado do jardim todo homem cujos frutos não fossem bons, ou seja, não fossem frutos dignos de arrependimento.
Logo adiante, no versículo 16, Jesus é batizado, ou seja, é mergulhado nas águas do Rio Jordão e delas emerge, como o machado do ato profético de Eliseu. Que temor nos é aplicado ao coração quando percebemos o cuidado de Deus na preparação profética do ministério de Seu Cordeiro, centenas de anos antes!
Há outro elemento profético no ato de Eliseu. Trata-se da forma como ele faz imergir o machado da água. Eliseu corta um pau e joga sobre a água, vindo o machado do fundo do rio em direção ao pedaço de pau. Este acontecimento profetisa sobre o Machado de Deus que, sendo batizado no Rio Jordão, iniciaria um ministério ali cujo destino era o madeiro da cruz. Tanto assim que o termo “ets” no hebraico, usado para denominar o “pau” utilizado por Eliseu, e o termo “xulon” no grego, utilizado para denominar a cruz de Cristo, são, ambos, traduzidos como “madeiro” nas Escrituras.
Outra aplicação do texto de I Rs 6 é quanto ao discípulo que perdeu o machado na água. Se o machado não flutuasse e viesse ao encontro do madeiro, nunca o discípulo o acharia no fundo o Rio Jordão. Isto nos mostra a imprescindibilidade do Ministério da Cruz na salvação dos homens. Se o machado não tivesse flutuado em direção ao madeiro o discípulo permaneceria devedor do mesmo ao seu dono. O flutuar do machado em direção ao madeiro remiu o discípulo da dívida que teria caso tivesse perdido o instrumento de trabalho. Este é o ministério remissivo da cruz de Cristo, que nos livra de nossas dívidas.
Isto nos mostra como Jesus já prefigurava em cada mínimo acontecimento da vida dos profetas e como estes criam na vida e ministério do Messias, profetizando, a cada momento, quanto à Sua vinda.