sexta-feira, outubro 15, 2021

DERRUBE, SEM PIEDADE (DE SI MESMO), OS ALTARES EM SEU CORAÇÃO

Como em nossa carne não habita bem algum (Rn 7:18), nenhum de nós é apto em si mesmo para expressar o Senhor, razão pela qual precisamos do enchimento do Espírito em nosso espírito. Todo aquele que está cheio do Espírito já nasceu de novo, mas nem todo o que nasceu de novo está cheio do Espírito, pois o que um dia foi renovado e cheio, pode ter se esvaziado. Pior, pois o azeite perfumado pode estragar dentro do vazo de barro, e causar mau cheiro, isto se o vaso abrigar nele a mosca morta da pequena insensatez (Ec 10:1).

O governo do Espírito só pode ser implantado em nosso íntimo com violência (Mt 11:11 e At 24:16) e a carne caída só entende a linguagem da força, por isso YHWH nos fez viver em meio a guerra espiritual.

Canaã, a Terra Prometida, é um figura que se aplica ao coração dos que vivem na Nova Aliança (Lc 8:15), logo, quando o livro de Juízes nomeia as tribos que “o Senhor deixou ficar” na terra de Canaã “para, por meio delas, pôr Israel à prova”, o que isso nos diz é que viveremos nesse corpo com um coração habitado por ídolos com os quais teremos que lutar constantemente.

O SENHOR guerreou por Israel pra que esse saísse do Egito e Israel mesmo guerreou pra poder entrar em Canaã. Uma vez em Canaã, Israel deveria ter livrado a terra de todos os seus ídolos, não deixando na terra fôlego algum que os adorasse, pois quem quer que sobrevivesse à espada acabaria se misturando a Israel e levando-o a pecar (Dt 7:1-4), ou seja, quem quer que fosse pagão, que não morresse para si mesmo pela Palavra (espada), acabaria se misturando ao povo de Deus e levando-o a pecar.

O povo de Israel, liderado por Josué, entra em Canaã e ao longo dos anos derrota 31 reis (Js 12:7-24), mas Josué envelhece e YHWH manda dividir a terra entre as tribos para que elas continuem a conquista, uma vez que “ainda ficou muita terra para ser conquistada” (Js 13:1). Uma vez dividida a terra de Canaã entre as tribos, Josué, antes de morrer, adverte o povo para não cessar a conquista da terra (Js 23), mas o povo desobedece e começa a poupar algumas tribos (Jz 1:19 a 34). YHWH os repreende e decide deixar essas tribos na terra para “por meio delas pôr Israel à prova” (Jz 2:22 a 3:1).

Josué significa “salvador” e este nome lhe foi dado por Moisés em lugar de Oseias, que significa “salvo” (Nm 13:8 e 16). Josué foi um dos espias, representante da tribo de Efraim, que fora o segundo filho de José, mas abençoado por seu avó Jacó (Israel) como se primogênito fosse (Gn 48:20). Josué e Calebe foram os únicos dos 12 espias que fizeram calar os demais por terem difamado Canaã em razão da dificuldade de sua conquista (Nm 14) e quase foram apedrejados por isso. Josué foi, como Moisés, um líder teocrático. Depois dele só houve juízes e, depois desses, reis.

A geração de Josué conheceu a guerra para poder livrar-se do Egito e adentrar em Canaã, porém, a geração seguinte não conheceu a guerra e desconhecia o preço da libertação da escravidão do Egito e de possuir uma terra (coração) dada por Deus. É por essa razão, e também porque o governo do espírito se toma por esforço, é que YHWH decidiu deixar em Canaã alguns ídolos sendo adorados por seus povos, para “que as gerações dos filhos de Israel conhecessem a guerra, para lhes ensinar a guerra” (Jz 3:2). O objetivo era “saber se dariam ouvidos aos mandamentos que havia ordenado a seus pais por meio de Moisés” (Jz 3:4).

Sabemos, porém, que “os filhos de Israel moravam no meio dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos ferezeus, dos heveus e dos jebuseus e tomaram de suas filhas para si por mulheres e deram as suas próprias aos filhos deles; e rendiam culto a seus deuses, e fizeram o que era mau aos olhos do Senhor e se esqueceram do Senhor, seu Deus, e renderam culto aos baalins e ao poste da deusa Aserá” o que “acendeu a ira do Senhor, que os entregou nas mãos de Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia por oito anos” até que “os filhos de Israel clamaram ao Senhor, e o Senhor lhes suscitou um libertador, que os libertou: Otniel, filho de Quenaz, que era irmão de Calebe e mais novo do que ele. O Espírito do Senhor veio sobre ele, e ele se tornou juiz de Israel. Foi para a guerra, e o lhes fez prevalecer” (Jz 3:5-10).

E este ciclo de calmaria, esfriamento, queda, opressão, arrependimento, clamor, libertação e, de volta à calmaria, se repetiu várias vezes ao longo de 410 anos, com pelos menos 12 juízes (sendo uma mulher), pois “quando o Senhor lhes suscitava juízes, o Senhor estava com o juiz e os livrava das mãos dos seus inimigos, todos os dias daquele juiz; porque o Senhor se compadecia deles ante os seus gemidos, por causa dos que os afligiam e oprimiam; mas quando o juiz morria, eles voltavam a viver como antes e se tornavam piores do que os seus pais, seguindo outros deuses, servindo-os e adorando-os. Não abandonavam nenhuma das suas práticas, nem a sua obstinação” (Jz 2:18,19).

Por isso, se por acaso Você vive em ciclos de pecado, arrependimento e perdão, saiba que antes de cada pecado há um esfriamento, uma queda e uma opressão decorrentes do pecado que toma ocasião pela calmaria que você se permite, quando em verdade você deveria estar guerreando para livrar toda a terra do seu coração dos altares que nela havia. Cada clamor antecedido de arrependimento conduzirá a libertação, mas o ciclo se repetirá se você não limpar a terra pela guerra espiritual e não passar à sua próxima fase como povo de Deus, qual seja, a monarquia.

O tempo de ser tutelado por libertadores (juízes) que suprem sua omissão como guerreiro de sua própria liberdade deve dar lugar a Era do Reino de Deus, mas não com um rei de “espada, com lança e com escudo” (Saul) e sim com um Rei Eterno que se assentará para sempre no trono de quem vai contra os inimigos em o “Nome do Senhor dos Exércitos” (I Sm 17:45).

Por isso, sai do “ciclo dos juízes”, volte atrás, tome sua funda, ponha nela a Pedra Lisa batizada no ribeiro (Jesus), aquela mesma Pedra cortada sem auxílio de mãos humanas (Daniel 2:34) e, com a Pedra que despedaça os pés estátua, acerte a cabeça do gigante, derrubando todos os altares que ainda houver em seu coração.

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