segunda-feira, setembro 19, 2022

RESTITUIR PRA DESFRUTAR DO PERDÃO

Desfrutar do perdão exige restituição. O perdão e a restituição são coisas diferentes. Antes que Jesus anunciasse a salvação da casa de Zaqueu, este se comprometeu a restituir os que ele prejudicou em quatro vezes mais o dano provocado. 

O pena do pecado é a morte e o perdão afasta essa pena. Fomos perdoados porque Jesus morreu nossa morte e esse perdão só favorece a quem se arrepende. Esse arrependimento, que é produzido pelo Espírito Santo, é recebido em nosso íntimo por nossa decisão e se presta a gerar frutos, que é a evidência do arrependimento.

Arrependimento sem frutos é arrependimento fake. 

Um dos frutos mais imediatos do arrependimento é a restituição.  Restituir é compor novamente o que foi defrauado, quando isso é possível obviamente. 

Assim, quem roubou, deve restiuir a quantia roubada com juros, como fez Zaqueu. Quem desonrou, deve honrar mais do que a desonra produzida. O capítulo 22 de Êxodo exemplifica algumas restituições que Israel deveria observar e se traduzem para nós, hoje, em princípios de restituição. 

Quando o pecado destrói algo insubstituível ou produz um mal irreparável, a restituição é substitutiva. Vemos isso exemplificado em Provérbios 12:8, que diz que "há palavras que ferem como espada, mas a língua dos sábios traz a cura". Todos sabemos que a palavra dita é como pedra atirada, não volta atrás, mas uma nova palavra dita com sabedoria pode curar a ferida feita com a palavra de ofensa. 

Muitas vezes o ofensor admite seu pecado, pede perdão a Deus e busca reaproximação com o ofendido por outros meios. Tenho um parente que nunca pedia perdão a esposa, mas lhe dava presentes quando queria obter esse perdão. A ironia disso é que Provérbios 6:35 diz que o marido ferido de ciúmes não aceitará os presentes. Isso nos mostra que os pecados que levam o ofendido a um sentimento visceral não se restituem com outra coisa senão o seu próprio antídoto. Assim, para a desonra, é preciso a honra. Para as palavras ferinas, as palavras de cura. Para o que foi defrauado, a restituição do patrimônio e aí por diante. 

Claro que a disposição em restituir às vezes já se faz suficiente, como no caso do filho pródigo, que se dispôs a ser escravo do seu pai, mas, por causa dessa disposição em restituir, foi ele mesmo restituído à sua condição de filho, por verdadeira graça. Mas isso depende de quem é restituído. 

É verdade que às vezes a restituição não é aceita. Algums abrem mão do perdão de seus próprios pecados para manter em cárcere emocional os que lhe feriram, independente de qualquer pedido de perdão ou iniciativa de restituição. Nesse caso, o restituidor fez sua parte e é o SENHOR que lhe assegura o desfrute da liberdade. 

Devemos escolher o momento oportuno e, estando ao nosso alcance, restituir o ofendido, para que o fruto do arrependimento, que o SENHOR vem buscar em nossos ramos, estejam lá quando ele passar.

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