quinta-feira, dezembro 07, 2023

ALTAR, PÚLPITO, PLATAFORMA, PALCO E PICADEIRO

O *altar* é onde nós encontramos com YHWH, pois a comunhão com o Santo requer o sacrifício do que é decaído. Levítico 6:13 diz que "o fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará”. Esse fogo é o resultado da presença do Espírito Santo em nós. A santidade, em contato com nossa humanidade decaída, gera fogo consumidor. 

O *púlpito* é onde aquele que foi comissionado por Deus no altar serve seus irmãos, partilhando o Pão do Céu que recebera do SENHOR.  

A *plataforma* é o lugar onde a assembleia dos santificados é ministrada. O púlpito fica na plataforma, mas não se confunde com ela. O louvor parte da plataforma, assim como testemunhos, ensinos e até recados para organizar a vida da comunidade espiritual. 

O *palco* é uma distorção do púlpito e/ou da plataforma. Ocorre quando aquele que fala à assembleia performa, em vez de servir. A performance diante da assembleia é um grave pecado. Ananias, por exemplo, performou um personagem diante dos apóstolos. Ele trouxe parte do dinheiro da venda de uma propriedade como se fosse o todo (Atos 5). O objetivo era receber os olhares de aprovação por tamanho ato de abnegação, como ocorrera com Barnabé (Atos 4:37). 

A performance hoje ocorre de muitas maneiras, basicamente quando ofertamos à assembleia um dom como se fosse um serviço ao SENHOR, quando na verdade é um serviço à própria imagem. Seja cantando, tocando, pregando ou testemunhando, a performance ocorre quando a motivação interior, ao contrário do que parece, não está na entrega dos dons, mas na recepção dos olhares e das atenções. 

Este não é um pecado contra o corpo, como a impureza, mas um "pecado fora do corpo" (I Co 6:18) e que, ademais, é cometido a pretexto de ser espiritual. 

Seja salmo, doutrina, revelação, língua, interpretação (1 Co ‭14:26‬), louvor ou testemunho, quem os tem deve entregá-los à assembleia para edificação de todos, porém, a motivação deve ser integralmente a entrega, pois o SENHOR, que confere os dons, não divide a glória dele com ninguém. 

O *picadeiro*, por último, é mais do que uma distorção do púlpito e da plataforma. É uma verdadeira desgraça, pois ocorre quando aquilo que já era um palco se deteriora ainda mais. No picadeiro a oferta vira um negócio, a pregação vira mera profissão, o louvor vira um produto e, como palhaços, ninguém é mais aquilo que aparenta. 

Que o SENHOR nos conserve íntegros no seu altar, para que todo o nosso agir seja santo em nossos púlpitos e plataformas. 




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