terça-feira, julho 04, 2023

SANTIDADE HUMANA

Santidade é o resultado da potência e predominância da Vida do Espírito naquele que é nascido de novo. 

Não há quem não peque (1 Rs 8:46 e Ec 7:20), porém, há pecados do crente que não trazem acusação ao seu coração (1 Jo 3:20), seja porque tais pecados são ocultos àquele que os comete (Sl 19:12-13), seja porque já tem a consciência cauterizada (1 Tm 4:2) e é incapaz de se arrepender (Hb 6:6). 

O mal que fazemos nos acusa muito mais do que o bem que não fazemos (Rm 7:19) e, dentre aqueles, há pecados que acionam o mecanismo da culpa e os que não. 

Os pecados que não geram culpa normalmente são aqueles que praticamos à luz do dia, diante de todos e na certeza (equivocada) de que estamos certos. 

Exemplo disso é o apóstolo Pedro, que diante dos demais apóstolos repreendeu Jesus pra não ir à cruz achando que estava fazendo uma coisa boa (Mt 16:23) e, por outro lado, foi corroído pela culpa ao negar Jesus diante de ímpios e desconhecidos (Mt 26:74). O primeiro pecado foi praticado sem discernimento e, portanto, sem culpa. Já o segundo pecado foi praticado com uma culpa persistente. 

Entende errado quem acha que merece maior condenação o pecado que carrega consigo uma culpa angustiante. Assim como ocorreu com Pedro, o nosso Advogado (1 Jo 2:1 e MC 16:7) pode vir em nosso socorro com a nossa propiciação, pois a culpa demonstra que concordamos com a lei, que é boa (Rm 7:16), porém, aquele que peca sem culpa e sem discernir os próprios erros pode chegar no último dia com uma lista de realizações e ainda assim ouvir do SENHOR: "nunca vos conheci, apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade" (Mt 7:23).  

A única santidade humana isenta de pecado foi a de Jesus. Quanto aos demais irmãos, a santidade estará presente não pela ausência de pecado, mas pelo caminho trilhado em constante arrependimento por todos os pecados, inclusive os omissivos e aqueles que não são identificados ou compreendidos, mas são aceitos como pecados e levados aos pés da cruz. 

Por isso, aqueles que discernem os próprios erros, que andem agarrados à graça superabundante (I Co 9:14, Rm 5:20) pedindo perdão por todo pecado, ainda que pela septuagésima vez no mesmo dia (Mt 18:22). 

Já os que andam alheios à culpa - não porque não pequem, mas porque não discernem os próprios erros - que lhe suceda como a Paulo, que alcançou misericórdia e passou a ver depois que as escamas lhes caíram dos olhos (At 9:18), nem que pra isso tenha que cair do cavalo. 

 


 









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